Os Pioneiros (Little House on the Prairie – 1974/1983)
Baseada nos livros de Laura Ingalls Wilder, esta série conta as aventuras da família Ingalls (Michael Landon, Karen Grassle, Melissa Gilbert, Melissa Sue Anderson e, no papel da caçula, as gêmeas Lindsay e Sydney Greenbush) desbravando uma região selvagem, enfrentando animais, índios e toda sorte de perigos para manter sua fazenda em Minnesota no final de 1800.
Os ensinamentos que esta série passavam formaram uma geração que, infelizmente, viveu para testemunhar a derrocada moral e ética que nas últimas décadas foi alimentada pelos tentáculos do sistema, financiada pelos titereiros do caos global, um processo que parece difícil de reverter. Ainda bem que a minha geração ainda aprendeu o conceito da esperança.
O ponto importante é que você não pode aguardar que ela floresça com o conformismo, a preguiça. Eu leio muito nos comentários das postagens frases como: “que pena que não passam mais esta série”. A salvação não virá enquanto você ficar sentado aguardando que o sistema, o mesmo que faz de tudo para destruir sua saúde e seu espírito, entregue facilmente o material que pode te libertar definitivamente. A internet é uma ferramenta maravilhosa, aprenda a utilizar ela para o seu autoaprimoramento intelectual/cultural constante. Não lamente, aja, persiga!
Eu não tive o prazer de acompanhar na TV esta série, lia sobre ela nas revistas de cinema, já adulto, busquei e eventualmente consegui ela completa na internet.
Quanto mais você estuda sobre a vida do saudoso Michael Landon, mais se impressiona com seu talento. Ele, além de ter uma presença em cena carismática, também era reconhecido por seu instinto de mestre como produtor e diretor; a sua voz foi determinante na escolha do elenco, a química poderosa responsável pelo sucesso do projeto, já que ele enxergou nos testes características de personalidade em suas colegas que transcendiam a boa memorização das falas.
Ele, como podemos perceber claramente em entrevistas, entendia sua profissão como veículo popular para expressar suas crenças no potencial humano, ele era movido principalmente pela necessidade de oferecer um entretenimento puro, familiar, formador de bons caracteres, numa época em que a indústria televisiva norte-americana primava por séries que exploravam a violência e a inversão de valores.
Não é fácil selecionar os melhores episódios de uma série tão bonita, mas busquei facilitar o garimpo destacando momentos que verdadeiramente transmitem a essência de “Os Pioneiros”, tramas inseridas nas duas primeiras temporadas, que considero imbatíveis.
Ao longo dos anos, com a entrada de novos núcleos de personagens, o amadurecimento das filhas e a redução da importância do pai em suas vidas, a obra desviou o foco para interesses amorosos adolescentes e se debruçou generosamente na pieguice, perdendo força e muito do encanto que conquistou o público.
Se você quer entender a razão desta série ser tão amada até hoje, basta dedicar algumas horas nos episódios abaixo:
– Episódio Piloto
A história da família Ingalls que deixou sua casa em Wisconsin e se mudou para o oeste selvagem, querendo encontrar um novo lugar para morar. O roteiro equilibra muito bem a tensão dos conflitos constantes e o desenvolvimento dos personagens, como o adorável Edwards (Victor French), um homem simples que imediatamente ganha o coração das crianças. Um telefilme brilhante em todos os aspectos, dirigido por Michael Landon, intensamente emotivo e que só melhora a cada revisão.
– Natal em Plum Creek
O Natal está chegando, Laura quer comprar algo caro para a mãe e precisa arrumar um jeito de pagar. Carrie usa o pouco que tem para comprar um presente especial para o menino Jesus. O roteiro transborda alegria e espírito natalino, capturando com muita sensibilidade a beleza e a magia da festividade cristã.
– Lembrem-se de Mim (Partes 1 e 2)
Uma mulher de fé forte, a viúva Julia Sanderson (Patricia Neal), não tem medo do diagnóstico de câncer incurável, mas sabe que deve ajudar seus três filhos a lidar com a notícia de seu falecimento iminente. O seu vizinho, Charles (Landon), promete que vai cuidar deles após sua partida. O roteiro, escrito pelo próprio Michael Landon, é talvez o mais belo dentre todos, o desfecho recompensador da segunda parte provavelmente jamais sairá de sua mente.
***
Você assistiu aos episódios acima e se apaixonou pela série? Eu vou indicar mais algumas histórias que vão te emocionar bastante:
– Uma Colheita de Amigos
Charles e sua família se estabelecem em terras agrícolas perto de Plum Creek, nos arredores da cidade de Walnut Grove. Para sustentar sua família até que possa colher, Charles trabalha em vários empregos, estabelecendo-se como um membro valioso da comunidade e um homem de palavra.
– Festa na Cidade
Laura faz amizade com Olga, uma menina aleijada de nascença, com uma perna mais curta que a outra, muitas vezes deixada de fora das brincadeiras das outras crianças. Mas quando Charles descobre uma maneira de ajudar Olga a andar normalmente, ele encontra uma resistência inesperada do pai superprotetor de Olga.
– O Senhor é Meu Pastor (Partes 1 e 2)
Com ciúmes da atenção que Charles dá ao seu filho recém-nascido, Laura anseia pelo lugar que acredita ter perdido no coração de seu pai. Ela se recusa furiosamente a rezar para que seu irmãozinho fique bom quando o bebê fica gravemente doente. Acreditando que seu ciúme foi o responsável pelo falecimento do pequeno, Laura sobe a colina mais alta que pode encontrar, na esperança de chegar o mais perto possível de Deus para pedir a Ele que a leve em seu lugar.
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“Os Pioneiros” é uma série que, nos tempos monstruosos que vivemos, não somente merece, PRECISA imediatamente ser redescoberta, assistida em família. As suas mensagens e os valores que celebra podem ser a semente na reconstrução de uma sociedade alicerçada no bom caráter e que preze pelo respeito.
É incrível pensar que o mundo já foi assim, nem faz tanto tempo…
Cotação:
Abertura da série:
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