Críticas

Dica do DTC – “O Bom Homem Mau”, de Allan Dwan, com DOUGLAS FAIRBANKS

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

***

O Bom Homem Mau (The Good Bad Man – 1916)

Um bandido interrompe seus caminhos “malignos” por tempo suficiente para ajudar algumas crianças em dificuldade.

Uma lástima que boa parte dos filmes na carreira do grande Douglas Fairbanks tenham se perdido, mas o que sobrou é suficiente para que o mundo capte a essência de seu trabalho, pérolas como “O Ladrão de Bagdá” (1924), “A Marca do Zorro” (1920) e “Robin Hood” (1922) são uma janela para que o público moderno interessado compreenda o seu sucesso na era silenciosa do cinema.

Ele era intensamente carismático e levava para os papeis aquela fisicalidade audaciosa do Buster Keaton, recomendo à garotada que busque a ótima cinebiografia “Chaplin” (1992), protagonizada pelo Robert Downey Jr., que mostra a amizade do homenageado com este ícone, vivido pelo Kevin Kline.

Fairbanks, o primeiro “action hero” de Hollywood, foi casado com outra preciosidade da época, Mary Pickford, a sua jornada se iniciou da melhor forma possível, descoberto pelo mestre D.W. Griffith, que, aliás, supervisionou diretamente “O Bom Homem Mau”, estrelou algumas comédias e este ótimo faroeste que, felizmente, foi lindamente restaurado em 2014 e está disponível no Youtube.

A direção sempre competente de Allan Dwan garante o refinado equilíbrio entre humor e drama. A fotografia do grande Victor Fleming (que futuramente dirigiria “E o Vento Levou”) entrega momentos visualmente deslumbrantes, utilizando a vastidão das paisagens, criando empolgantes perseguições a cavalo que sobreviveram muito bem ao teste do tempo.

Vale destacar também a ternura encantadora no desenvolvimento da relação entre o personagem de Fairbanks e a adorável Bessie Love.

  • Você encontra o filme com facilidade garimpando na internet.
Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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