Distrito 9 (District 9 – 2009)
Alienígenas chegam à Terra em busca de refúgio e passam a viver separados dos humanos em uma área na África do Sul chamada Distrito 9. Eles são comandados pela multinacional United, que não se importa com o bem-estar dos visitantes, mas se dispõe a tudo para dominar a tecnologia que eles possuem. Quando um agente (Sharlto Copley) em campo contrai um vírus que altera o seu DNA, o distrito passa a ser o único lugar em que ele pode se esconder.
Eu fui um dos poucos críticos brasileiros que apontaram em sua estreia graves problemas na estrutura do filme, considerei a premissa brilhante, mas a execução prejudicava a imersão emocional, a longa duração não se justificava, e, importante, o humor não estava inserido de forma bem equilibrada. A experiência poderia fluir narrativamente melhor caso o roteiro tivesse lapidado estas arestas.
Ao rever a obra para este texto, constatei que os problemas seguem sendo um obstáculo, mas, levando em conta como a qualidade geral do cinema mundial caiu absurdamente nos últimos cinco anos, praticamente pulou do avião sem paraquedas, o saldo final foi bastante positivo, melhorou em meu conceito.
O primeiro ato força a mão no estilo mockumentary, o tom é mantido leve, apesar de seu cenário fantástico servir como uma alegoria sociopolítica nada sutil.
A entrega com fortes tintas caricaturais e propositalmente irritante do protagonista nesta etapa inicial não ajuda, qualquer pessoa minimamente familiarizada com o gênero capta logo que se trata de uma figura patética que será radicalmente transformada naquilo que enxerga como inferior, logo, não há surpresa, o que incomoda é o tempo que leva para a trama desenvolver esta situação, envolvendo no terceiro ato uma referência à “Aliens, O Resgate”, quando, infelizmente, abraça os clichês dos sci-fi de ação, reduzindo consideravelmente o impacto de suas boas ideias.
Se o roteiro estabelece que a lógica do filme é o falso documentário, leia-se, as imagens são captadas por um operador de câmera inserido como personagem na trama, ele quebra o encanto nos vários momentos na segunda metade em que o estilo de filmagem de “Distrito 9” se torna convencional. É perceptível o dedo de executivos, receosos com a recepção do público, inchando o produto com sequências e subtramas óbvias.
A sorte do filme é que as suas boas ideias são tão interessantes, corajosas, que elas compensam as falhas. A maneira como o protagonista descobre, da pior forma, como o sistema é desumano, e, vale ressaltar, como ele financia a imprensa e utiliza esta máquina para conquistar seus objetivos, distorcendo a verdade (a explicação que é dada ao povo do local sobre a origem da transformação física do personagem), por si só, já merece aplausos de pé.
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