No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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O Homem Que Não Vendeu Sua Alma (A Man for All Seasons – 1988)
Rei Henrique VIII (Martin Chamberlain) quer se divorciar de sua esposa e busca a aprovação da aristocracia. Sir Thomas More (Charlton Heston) é um homem de princípios e razão e, portanto, é colocado em uma posição difícil: ele deveria defender seus princípios, arriscando a ira de um rei corrupto que gosta de executar pessoas por traição? Ou ele deveria se curvar à corrupção aparentemente imparável do Rei Henrique VIII, que não tem escrúpulos em dobrar a lei para atender às suas próprias necessidades?
O saudoso Charlton Heston, um dos atores mais importantes de sua geração, viveu grandes heróis em sua longa carreira, na época em que o público adulto sabia que heroísmo não significava voar ou soltar raios pelas mãos, mas ele deixou passar um papel que desejava mais do que todos, tarefa que foi competentemente abraçada por Paul Scofield na versão cinematográfica de 1966, dirigida por Fred Zinnemann.
Produzido pelo filho, Fraser Heston, este telefilme, verdadeiro sonho realizado, foi dirigido pelo próprio ator, um projeto que transparece em cada cena profundo respeito e amor pelo material original.
Um dos pontos importantes que legitimam este esforço foi a inclusão do “homem comum”, vivido por Roy Kinnear, elemento fundamental na peça do dramaturgo Robert Bolt e que havia sido eliminado da adaptação mais famosa, que, por uma escolha estética, rejeitava o aspecto teatral. Outro ponto que vale ser destacado, a presença imponente de Robert Shaw no clássico era brilhante, mas considero a entrega de Martin Chamberlain mais impactante, imprevisível.
O Sir Thomas More de Heston é caloroso, humano, bem-humorado, uma proposta bastante diferente, um desafio que ele superou com extrema segurança. A longa duração possibilitou a inclusão de subtramas ignoradas na versão para cinema, mas também prejudicou a fluidez, o ritmo é problemático, a experiência ganha pontos pela presença de talentos como John Gielgud e Vanessa Redgrave.
O clássico de 1966 é superior, mas a paixão de Heston pela obra transforma este telefilme em um tesouro que merece ser redescoberto.
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