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Crítica nostálgica da série “Star Trek – Deep Space Nine”, na NETFLIX

Star Trek – Deep Space Nine (1993-1999)

Quando a Ocupação Cardassiana de Bajor terminou em 2369, a estação espacial de mineração Terok Nor foi abandonada e seus sistemas removidos. A convite do Governo Provisório de Bajor, a Starfleet passou a supervisionar a reconstrução e as operações da recém-batizada Deep Space Nine. Recebidos com certa hostilidade por alguns cardassianos, a assistência da federação é colocada em teste enquanto a DS9 torna-se o centro de viagens e comércio do Quadrante Gama.

Você está cansado da indústria cultural de hoje celebrando a grotesca inversão dos valores? Não aguenta mais acompanhar a destruição da franquia Star Trek, como idealizada pelo saudoso Gene Roddenberry, em projetos atuais medonhos como “Picard”, “Strange New Worlds” e “Discovery”? Os seus problemas acabaram. Não aceite o lixo só porque é novo, busque no passado a arte que respeitava a sua inteligência.

A melhor variação do conceito inicial, imortalizado por personagens amados pelos fãs, como Kirk e Spock, segue sendo injustamente eclipsada. “Deep Space Nine” era inventiva, desafiadora, com um elenco carismático e roteiros acima da média. Ah, claro, tinha também a belíssima Terry Farrell, vivendo a fascinante Jadzia Dax.

Eu cresci apaixonado pela série clássica, tenho na coleção todos os filmes com a tripulação original em VHS, devorava na infância a revista em quadrinhos (infelizmente, durou apenas 9 edições) lançada no início da década de 90 pela Abril Jovem, lia tudo do universo expandido que saía pela Aleph.

DS9 chegou no Brasil em 1994 apenas no mercado de home video, aluguei a fita de “Além da Fronteira Final” (que trazia o episódio piloto), estava muito curioso, lembro que gostei bastante, apesar do tom ser totalmente diferente do que eu esperava, mais sombrio. A minha memória pode estar pregando uma peça, mas creio que pouco tempo depois ela foi exibida nos finais de semana na Record, com o título nada criativo: “A Nova Missão”, mas só tive contato com a série completa muitos anos depois.

No elenco, destaco a presença de Rene Auberjonois (Odo), Alexander Siddig (Bashir), Nana Visitor (Kira), Colm Meaney (Miles) e Armin Shimerman (Quark). Avery Brooks, como o Capitão Sisko, transmite uma incrível aura de respeitabilidade, uma personalidade complexa, um grande pai (como fica evidente no lindo episódio “The Visitor“, o terceiro da quarta temporada), admirado por seus pares, religioso, íntegro, capaz de dobrar as regras na hora de fazer o que é certo (como mostra o excelente episódio “In The Pale Moonlight“, o décimo nono da sexta temporada), em suma, o tipo de personagem que hoje não seria sequer cogitado pela indústria.

Séries longas são complicadas, o tempo é cada vez mais escasso, logo, eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando ótimos episódios que são perfeitos para conhecer a essência da obra, que você encontra na NETFLIX. 

Episódios 01 e 02 (Primeira Temporada) – Emissary

Quando o problemático Comandante Sisko assume o comando de uma estação espacial rendida, ele descobre que ela faz fronteira com um buraco de minhoca estável único. O episódio piloto segue sendo emocionalmente eficiente, introduzindo bem os personagens e estabelecendo a dinâmica da equipe.

Episódio 01 (Quarta Temporada) – The Way of The Warrior

Sisko fica desconfortável quando os Klingons estacionam uma força-tarefa para ajudar na defesa contra Dominion. Worf é convocado para descobrir suas verdadeiras intenções. O episódio de longa duração, focado na ação, renovou as esperanças do público após duas temporadas mais fracas.

Episódio 06 (Quinta Temporada) – Trials and Tribble-ations

Sisko conta a dois homens da Temporal Investigations como ele e sua tripulação voltaram no tempo, quando o capitão James Kirk da primeira nave estelar Enterprise expôs um espião Klingon com a ajuda de Pingos. O episódio é uma linda homenagem à série clássica protagonizada por William Shatner e Leonard Nimoy.

Episódio 13 (Sexta Temporada) – Far Beyond the Stars

O capitão Sisko tem uma visão sensorial completa de si mesmo como um escritor de revista de ficção científica subestimado na América dos anos 1950. O episódio, dirigido pelo próprio Avery Brooks (Sisko), merece ser lembrado como um dos roteiros mais brilhantes da história da ficção científica televisiva. 

É muito provável que, após maratonar estes episódios, você decida dar uma chance à série completa. Prepare a pipoca e boa sessão! 

Trilha sonora composta por Dennis McCarthy:

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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