Crítica nostálgica da série “The Big Valley” (1965-1969)

The Big Valley (1965 a 1969)

Estados Unidos, 1870. Donos de minas de ouro, campos de exploração e várias cabeças de gado, os Barkleys se tornaram a família mais poderosa do Vale de São Joaquim da Califórnia. No entanto, seus ricos integrantes não estão imunes às tribulações da vida, a começar por Victoria (Barbara Stanwyck), a matriarca viúva, que luta como pode para cuidar dos filhos, Jarrod (Richard Long), Audra (Linda Evans), Nick (Peter Breck) e Heath (Lee Majors).

A série foi exibida no Brasil nas décadas de 60 e 70, inicialmente pela TV Excelsior, depois pela Bandeirantes e Record, não tive o prazer de acompanhar, nasci em 1983, mas a mágica da internet tornou este contato possível.

O faroeste foi parte fundamental da minha formação, devorava bolsilivros com histórias ambientadas no Velho Oeste na infância e adolescência, colecionei os quadrinhos do Tex, Zagor, e, claro, sempre fui apaixonado pelo gênero no cinema.

Ao longo da minha jornada, garimpando cultura, consegui assistir aos clássicos seriados no tema, como “Bonanza”, “Gunsmoke”, “James West”, “O Homem de Virgínia”, “O Homem do Rifle”, “Paladino do Oeste”, “Maverick”, “Daniel Boone”, “Bat Masterson”, “Chaparral”, “Laredo”, “Laramie”, entre outros, mas, neste ano, finalmente preenchi uma lacuna, a criação da dupla A.I. Bezzerides e Louis F. Edelman, com produção de Levy-Gardner-Laven, para a Four Star Television: “The Big Valley”, que também chegou a ser conhecida no Brasil como “O Vale da Violência”.

A série é abrilhantada pela presença da grande Barbara Stanwyck, que ganhou um Emmy por sua performance na primeira temporada, a hipnotizante beleza de Linda Evans e o carisma de Lee Majors, que viria a se tornar mais famoso anos depois protagonizando a série “O Homem de Seis Milhões de Dólares”.

O refinamento da produção merece destaque, assim como a priorização do drama, algo que pode soar exagerado em alguns momentos, mas nunca vulgar, a proposta é celebrar a luta de Victoria, uma brava mãe viúva, para prosperar em um cenário dominado pela agressividade. A atriz optou, rejeitando a ideia original dos criadores, por não fazer da personagem uma mulher fragilizada, atitude à frente de seu tempo.

A filha, Audra, por ter um temperamento parecido, acaba constantemente entrando em conflito com a mãe. Jarrod é o filho mais velho, advogado, homem de princípios firmes e um emocionante senso de justiça. Nick é o típico jovem de coração bom, mas gênio difícil. Heath, fruto do relacionamento do pai com outra mulher, sofria por achar que sua mãe havia sido abandonada, e, para aumentar sua angústia, enfrentou a resistência inicial de seus irmãos, elemento que agrega emoção no desenvolvimento da primeira temporada.

Eu selecionei 5 ótimos episódios da primeira temporada que são perfeitos para conhecer a essência da série, que você encontra com facilidade garimpando na internet. 

Episódio 01 – Palms of Glory

Enquanto a poderosa família Barkley e a comunidade vizinha de Valley enfrentam a perspectiva de perder suas terras para um implacável barão ferroviário, um estranho misterioso chega com notícias que mudarão a vida da família.

Episódio 03 – Boots With My Father’s Name

Os Barkleys se preparam para a inauguração de uma estátua dedicada ao patriarca da família Tom, levando Victoria a visitar o local de nascimento de Heath e aprender sobre o passado secreto de Tom.

Episódio 08 – My Son, My Son

O filho sociopata de um vizinho, recém-chegado de uma viagem, cria sérios problemas para os Barkleys. (Curiosidade: O episódio foi dirigido por Paul Henreid, o Victor Laszlo, de “Casablanca”)

Episódio 22 – The Death Merchant

Todos, exceto Heath, dão as boas-vindas a um cowboy idoso que matou o assassino de Tom Barkley – resultado da Guerra Barkley-Railroad. O homem, ao que parece, não é amigo de ninguém e venderá seus serviços para qualquer um dos lados – e está procurando trabalho.

Episódio 30 – Last Train To The Fair

Em uma viagem de trem, Audra fica gravemente doente e o único médico disponível para tratá-la está sendo perseguido por um bando de rufiões que desejam vingança.

***

Abertura da série em sua exibição no Brasil, com narração de Ibrahim Barchini:

Tema musical composto por George Duning: