No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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Perigo: Diabolik (Diabolik – 1968)
Diabolik (John Phillip Law) é um ladrão formidável. Ele e sua esplêndida companheira Eva Kant (Marisa Mell) realizam assaltos e roubos espetaculares, tudo por diversão. O detetive de polícia Ginko (Michel Piccoli), determinado a prender Diabolik a qualquer custo, traça um novo plano.
O meu primeiro contato com o personagem, criado nos quadrinhos italianos pelas irmãs Angela e Luciana Giussani, foi na infância, por volta de 1990, devorando durante uma tarde chuvosa o nono número da revista lançada pela editora Record, a aventura intitulada “A Cilada”. A história me marcou muito, o conceito intensamente amoral, o protagonista que era mais vilão do que anti-herói, algo completamente diferente de tudo que eu havia lido até aquele momento.
Eu só fui descobrir que havia uma adaptação cinematográfica muitos anos depois, quando estudei a carreira do saudoso diretor Mario Bava. A produção é do Dino De Laurentiis, com trilha sonora composta pelo mestre Ennio Morricone, contava no elenco com o John Phillip Law, Adolfo Celi, Michel Piccoli, o lendário comediante britânico Terry-Thomas e a linda austríaca Marisa Mell.
O roteiro é problemático, mas a execução é enriquecida pelas tintas fortes usuais do diretor. O primeiro roubo, logo no início do filme, antes dos créditos, já dá o tom psicodélico da proposta. O insólito desfecho, quebrando a quarta parede com seu senso de humor irônico, reforça esta escolha criativa que privilegia a essência em detrimento da fidelidade à letra.
O teste do tempo foi generoso com o filme, uma pérola que merece ser redescoberta.
Trilha sonora composta por Ennio Morricone:
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