Críticas

Crítica de “Vidas Passadas”, de Celine Song

Vidas Passadas (Past Lives – 2023)

Nora (Greta Lee) e Hae Sung (Teo Yoo), dois amigos de infância profundamente conectados, se separam quando a família de Nora se muda da Coreia do Sul. Duas décadas depois, eles se reencontram na cidade de Nova York para uma semana fatídica enquanto confrontam noções de destino, amor e escolhas.

A roteirista/diretora sul-coreana Celine Song estreia em longas com a mão firme de uma veterana, abordando as dores e as alegrias de conviver com as próprias escolhas na vida.

A linda canção “Hey, That’s No Way to Say Goodbye”, do saudoso Leonard Cohen, dá o tom logo nas primeiras cenas do filme. Você sente a cineasta pegar na sua mão e te inserir delicadamente na atmosfera calma e afetuosa em que o roteiro se desenvolve.

Quando termina a sessão, o coração aperta, a experiência emocional parece que se intensifica, a simplicidade da história cativa por ser alicerçada puramente nos fragmentos da ternura de um amor puro, inocente, verdadeiro, como Nora lembra na primeira conversa por Skype, Hae Sung era o menino que sempre estava ao seu lado nos momentos difíceis.

E ele representa em sua memória a essência que ela precisou abandonar outrora para suprir suas ambições pessoais e profissionais, ele é sua moradia segura, sua língua materna, o sorriso franco que remete aos tempos em que cada passo na estrada era fascinante, mágico.

O público pode se decepcionar com o rumo narrativo no terceiro ato, pois compreensivelmente busca, como a criança interna da protagonista, uma reviravolta fantasiosa, hollywoodiana, mas o roteiro é realista, psicologicamente maduro, e, ainda assim, muito bonito.

Cotação:

  • O filme estreia nesta semana nas salas de cinema brasileiras.

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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