Desforra do Fugitivo (The Fighting Marshal – 1931)
Sem saber que acabou de ser perdoado, Tim Benton (Tim McCoy) foge da prisão com seu companheiro de cela, Red Larkin (Matthew Betz), um perigoso assassino. Disfarçado de homem da lei da cidade, Tim parte para Silver City para recuperar o dinheiro que é seu por direito e, esperançosamente, limpar seu nome. Mas Red tem seus próprios planos…
Uma página importante da história do cinema que está sendo esquecida, a era dos matinee cowboys, heróis que estampavam as capas de revistas em quadrinhos brasileiras e faziam a garotada brincar de “mocinho e bandido” nas ruas. Um dos nomes mais importantes deste período foi Tim McCoy (Timothy John Fitzgerald McCoy).
Ele foi fazendeiro, oficial da cavalaria dos EUA, serviu na Segunda Guerra Mundial na Europa, chegando ao posto de coronel do Corpo Aéreo e das Forças Aéreas do Exército, também era um renomado especialista em línguas de sinais indígenas e foi nomeado “High Eagle” pela tribo Arapaho.
O respeito que ele conquistou na tribo e o conhecimento que ele tinha sobre suas tradições chamaram a atenção da indústria de cinema, McCoy foi convidado para ser consultor técnico no épico “Os Bandeirantes” (The Covered Wagon – 1923), de James Cruze.
O seu carisma garantiu uma oportunidade na frente das câmeras, e, utilizando sua lábia, conseguiu melhorar a imagem dos índios nas produções, outrora utilizados apenas como vilões selvagens, eles foram mostrados de forma mais simpática e humana já em sua estreia na MGM, “War Paint” (1926), um direcionamento que se manteve por toda a carreira.
Eu considero “Desforra do Fugitivo”, dirigido por D. Ross Lederman, um de seus melhores filmes, destaco também “The Man from Guntown” (1935) e “Border Caballero” (1936), pérolas que você consegue encontrar com facilidade na internet.
A direção competente de Lederman, que sabia utilizar bem os talentos de McCoy, consegue operar milagres com o baixo orçamento, injetando tensão nas sequências de ação sem se debruçar nos clichês do gênero, algo louvável, levando em consideração a proposta e o público-alvo destes projetos.
O primeiro ato prepara com tranquilidade a trama, demonstrando segurança, algo também pouco usual. E quando a ação começa, somos presenteados com coreografias até bastante audaciosas, imaginativas.
McCoy faleceu em 29 de janeiro de 1978, aos 86 anos de idade, mas ele seguirá vivo enquanto seu legado cinematográfico for lembrado e aplaudido.
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