Críticas

Crítica de “O Dublê”, de David Leitch

O Dublê (The Fall Guy – 2024)

O dublê Colt Seavers (Ryan Gosling) volta à ação quando uma estrela de cinema desaparece de repente. À medida que o mistério se aprofunda, Colt se envolve em uma trama sinistra que o leva à beira de uma queda mais perigosa do que qualquer uma de suas acrobacias.

O filme do diretor (e ex-dublê) David Leitch, de “Deadpool 2” e “Trem-Bala”, que é mais reconhecido por auxiliar Chad Stahelski no primeiro “John Wick”, utiliza como fonte livre de inspiração a querida série da década de 80, “Duro na Queda”, protagonizada por Lee Majors.

O problema é que a obra elimina o charme e a personalidade daquela proposta, desprezando inclusive a clássica música-tema (enxotada em nova versão para os créditos finais), para entregar um roteiro boboca e genérico de ação facilmente descartável, assinado por Drew Pearce, de “Velozes e Furiosos: Hobbs e Shaw”. O terceiro ato é especialmente fraco, previsível no pior dos sentidos.

O conceito de prestar reverência bem-humorada ao árduo trabalho dos dublês é o único elemento que realmente honra a fonte original, apesar da carta de amor defendida pelo diretor soar por vezes como sátira, as situações e o desenvolvimento dos personagens carregam desgastadas tropes narrativas, a responsabilidade de manter a atenção dos cinéfilos mais criteriosos fica nas costas da dupla Ryan Gosling e Emily Blunt, o carisma deles salva quase todas as cenas.

“O Dublê” se sustenta como entretenimento despretensioso, principalmente levando em consideração o nível baixíssimo de qualidade do cinema atual, as sequências de ação são impecáveis, mas a série oitentista merecia uma homenagem mais inspirada, mais calorosa, menos robótica.

Cotação:

  • O filme estreia nesta semana nas salas de cinema brasileiras.

Trailer:

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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