Séries

Crítica nostálgica da série “Duro na Queda” (1981-1986), com LEE MAJORS

Duro na Queda (The Fall Guy – 1981/1986)

As aventuras de um dublê (Lee Majors) que brilha como caçador de recompensas quando o trabalho no cinema é lento.

Eu era muito pequeno na época em que a Globo exibiu a série, criada por Glen A. Larson, mas eu me recordo dela na Record e, principalmente, na Manchete. Aos olhos do garoto introvertido, a Heather Thomas, que vivia a assistente Jodie Banks, representava uma beleza verdadeiramente divina, não havia incentivo melhor para sentar com os olhos colados na tela da TV.

As tramas eram simples, mas os episódios exalavam charme e personalidade, sempre colocando o trio em confusões que possibilitavam divertidas sequências de ação, evidenciando a proposta de homenagear o árduo e tão pouco valorizado trabalho dos dublês.

O veterano Colt Seavers (Majors), incomodado com a baixa remuneração de sua área, acaba aceitando bicos como caçador de recompensas, auxiliado pelo sobrinho Howie Munson (Douglas Barr) e pela deslumbrante Jodie (Heather).

Trecho da letra da música-tema “Unknown Stuntman” (dublê desconhecido) adaptada para português:

“Bem, eu não sou do tipo que se gaba, mas eu fui visto com a Farrah (Fawcett). Peguei fogo com a Sally Field, dei uma rapidinha com uma garota chamada Bo (Derek). Mas, de alguma forma, elas nunca ficam comigo.

A minha vida é correr riscos, fiz de tudo para sobreviver trabalhando em cinema e TV, mas a coisa mais difícil é ver minhas gatinhas beijando outros caras, enquanto eu estou preparando um curativo para o meu joelho.

Eu caio de prédios altos, rolo de lindos carros em movimento, porque eu sou o dublê desconhecido, faço o (Robert) Redford dar show na tela.”

Lee Majors é mais conhecido no Brasil por “O Homem de Seis Milhões de Dólares”, mas eu prefiro o seu desempenho em “Duro na Queda”, o seu estilo de atuação combina perfeitamente com a leveza na abordagem do personagem.

Eu me recordo com carinho de alguns episódios, como aquele que envolve um cover de Elvis Presley (brincando com o fato de que o Rei do Rock foi amigo pessoal de Majors), ou aquele ambientado no parque de diversões, com um chimpanzé que é falsamente acusado de um crime, mas destaco especialmente duas pérolas da primeira (e superior) temporada: “That’s Right, We’re Bad” e “Ready, Aim… Die!“.

Na primeira, Colt e Howie vão disfarçados em uma prisão, tentando fazer com que um dos presos os leve até seu ex-parceiro de crime. Na segunda, um homem diz que precisa encontrar seu irmão, um jogador com uma grande dívida, antes que ele seja eliminado.

O telefilme piloto também é muito competente, conta com a presença de James Coburn, o músico Lou Rawls e a linda Farrah Fawcett, casada com Majors na época. O roteiro utiliza duas missões para estabelecer de forma bem direta o contexto da aventura, sem quebrar o ritmo no primeiro ato com muita explicação, obstáculo usual em vários episódios de apresentação, inserindo o espectador rapidamente na ação.

“Duro na Queda”, em revisão para este texto, segue eficiente, símbolo de uma época maravilhosa, uma série que deixou saudade e que merece ser redescoberta.

  • Você encontra os episódios garimpando na internet.

Música-tema cantada por Lee Majors:

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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