Rebobinando o VHS – “Perry Mason: O Caso da Irmã Margaret”

O Caso da Irmã Margaret (Perry Mason: The Case of The Notorious Nun – 1986)

Uma freira (Michele Greene) é acusada de eliminar um padre (Timothy Bottoms). O assunto vira manchete em todos os jornais e a religiosa é presa. Um brilhante advogado (Raymond Burr) e seu assistente (William Katt) tentam provar a inocência da irmã, apesar da opinião pública estar toda contra ela.

Uma lacuna a ser preenchida em meu amor pela literatura, o trabalho do advogado criminalista Erle Stanley Gardner, criador de um dos personagens mais importantes em seu gênero, Perry Mason. Eu li apenas “O Caso do Olho de Vidro”, em edição de capa dura da Círculo do Livro, lembro que gostei bastante.

A clássica série que iniciou na década de 50, protagonizada por Raymond Burr, durou nove temporadas, fez um tremendo sucesso quando foi exibida no Brasil, na década de 60, pela Rede Record. Eu tive contato com alguns episódios garimpando na internet, naquela época em que você levava duas madrugadas inteiras para baixar um arquivo de vídeo de cinquenta minutos.

A estrutura dela não me agradou muito, a fórmula cansativa se repete sem grandes rompantes de criatividade, não há aprofundamento algum no desenvolvimento dos personagens.

O aspecto mais interessante é a presença de grandes nomes na lista de convidados, Adam West, Barbara Eden, James Coburn, Burt Reynolds, Leonard Nimoy, entre outros, facilitavam a imersão do público em cada trama. Vale destacar também a adorável química entre Perry e sua secretária, vivida pela Barbara Hale.

Eu recomendo que você busque os telefilmes que começaram a ser produzidos na década de 80, com o retorno de Hale e Burr, que resgatavam a essência da série com maior refinamento técnico e narrativo. Alguns chegaram a ser lançados em VHS no Brasil, como o ótimo “O Caso da Irmã Margaret“, roteirizado por Joel Steiger e dirigido por Ron Satlof.

A introdução da figura do jovem assistente, vivido por William Katt, traz necessário alívio cômico, mas é o sorriso caloroso da bela Michele Greene, vivendo a obstinada freira vítima de um esquema, que injeta charme no projeto.

O público sabe que ela é inocente em todos os sentidos, o roteiro consegue enfatizar bem o elemento da grandeza ética de Mason, que, proativo, abraça imediatamente o caso da jovem, colocando em risco sua reputação.