Deadpool e Wolverine (Deadpool and Wolverine – 2024)
Wolverine (Hugh Jackman) está se recuperando quando cruza seu caminho com Deadpool (Ryan Reynolds). Juntos, eles formam uma equipe e enfrentam um inimigo em comum.
O diretor Shawn Levy entrega a diversão de qualidade que os fãs dos quadrinhos aguardavam desde “Vingadores – Ultimato” (2019).
Um trabalho que respeita o público-alvo, presenteando a garotada com várias surpresas, algumas que nem mesmo os mais esperançosos sonhavam ver concretizadas.
Trocando em miúdos, a indústria dá uma colher de chá após sequestrar a fórmula de sucesso para pregar suas pautas politiqueiras tortas, incutindo goela abaixo uma torpe agenda ideológica por longos cinco anos, processo de autossabotagem com óbvio financiamento “mágico” que afastou qualquer pessoa mentalmente saudável de todos os projetos no tema.
Como um dos elementos mais fortes na obra é a imprevisibilidade, pouco posso comentar no texto que não estrague a experiência. A trama rocambolesca que brinca com o conceito do multiverso é apenas a desculpa utilizada no roteiro para compensar emocionalmente o espectador pela confiança quebrada.
O que importa é que as piadas funcionam bem, principalmente para aqueles já iniciados neste universo geek e que acompanhem a amizade de Ryan Reynolds e Hugh Jackman nas redes sociais. As sequências de ação, no estilo intensamente caricato e debochado já explorado nos dois filmes anteriores, estão ainda mais engenhosas.
O retorno de Jackman ao personagem mais importante de sua carreira é trabalhado de forma inteligente, desonrando (na melhor das intenções) o bonito desfecho de “Logan” (2017). Reynolds entende plenamente o personagem, está mais confortável do que nunca em cena.
Este terceiro filme é, mais do que uma celebração dos quadrinhos, uma crítica ao tratamento dado pela indústria (e pelo público) aos seus próprios “heróis de momento”, logo descartados ao primeiro sinal de uma nova possibilidade mais lucrativa.
“Deadpool e Wolverine” sofre um pouco na questão do ritmo, alguns recursos narrativos se tornam cansativos, mas, em sua proposta, faz o público retornar para casa da sessão satisfeito, com um sorrisão de orelha a orelha.
Será que os executivos vão reaprender que o intuito principal de um filme deste gênero é AGRADAR aquele que paga caro pelo ingresso?
Cotação:
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