No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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Até o Vento Tem Medo (Hasta el Viento Tiene Miedo – 1968)
Devido a um deslize, algumas alunas de um colégio interno feminino ficam de castigo e são obrigadas a permanecer no lugar e ter aulas durante as férias. O pesadelo começa quando uma das moças passa a ter sonhos macabros com um fantasma que habita a torre da escola, onde ninguém pode entrar.
O trabalho do roteirista/diretor mexicano Carlos Enrique Taboada é praticamente desconhecido no Brasil, até mesmo entre os cinéfilos mais dedicados, uma tremenda injustiça que tentarei desfazer neste texto.
O meu primeiro contato com a sua obra foi através da internet, já que seus filmes não foram lançados em VHS por aqui. Como o meu gênero de formação foi o terror, tive o interesse despertado na adolescência após uma citação em uma revista de cinema.
A sua importância para o fortalecimento do terror no México é fundamental. Na década de 1940, as tramas produzidas no país de teor fantástico frequentemente exploravam figuras como monges e feiticeiros, dando continuidade coerente à abordagem das décadas anteriores, quando bebiam diretamente na fonte das lendas coloniais, com forte influência do catolicismo, em pérolas dirigidas por nomes como Juan Bustillo Oro, Ramón Peón e José Bohr.
Nos anos seguintes, representados principalmente pelo ótimo “Macario”, de Roberto Gavaldón, mas também por “El Vampiro” e “Misterios de Ultratumba”, dois excelentes trabalhos de Fernando Méndez, o elemento gótico ganhou destaque, injetando uma personalidade firme, uma assinatura segura que possibilitou o despertar criativo de jovens desafiadores como Taboada.
Ele bolou o argumento do ótimo “El Espejo de la Bruja” (1962), de Chano Urueta, mas se consagrou mesmo com “Até o Vento Tem Medo”, uma clássica história de fantasmas, em que já exibe seu estilo, utilizando o jogo de sombras para enfatizar a ameaça desconhecida, sobrenatural, que ronda o internato feminino.
Na revisão para este texto, fiquei surpreso em constatar que a obra segue eficiente, verdadeiramente arrepiante, ainda que o medo seja desenvolvido com elegância, transmitido principalmente pela construção de uma consistente atmosfera macabra, o roteiro rapidamente te agarra pelo pescoço e só te solta ao final.
Jurado Nº 2 (Juror #2 - 2024) Pai (Nicholas Hoult) de família serve como jurado…
Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…
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