Críticas

Dica do DTC – “Morgiana”, de Juraj Herz

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

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Morgiana (1972)

O rico pai de Klara e Viktoria falece e deixa a propriedade inteiramente para Klara. Com inveja do prestígio de sua irmã, inclusive de seus pretendentes, Viktoria logo decide envenená-la e garantir não só a herança como também uma posição.

O conjunto de obra do saudoso diretor tcheco Juraj Herz é fascinante, destaco o brilhante “O Cremador” (1969), pérolas como “A Bela e a Fera” (1978) e “Pasáz” (1997), mas hoje escolhi resgatar um trabalho que só melhora a cada revisão, “Morgiana” é capitaneado pela atuação da grande Iva Janžurová, que vive as duas irmãs neste conto gótico que adapta o livro “Jessie e Morgiana”, do russo Alexander Grin, banido à época por não promover o socialismo.

O clima da trama remete ao onírico com tintas fortes de “Valerie e a Semana das Maravilhas” (1970), de Jaromil Jireš, com utilização generosa na fotografia de lentes olho de peixe (representando o ponto de vista da gata de estimação que dá nome à obra) e ângulos distorcidos, que potencializam a atmosfera de sombrio conto de fadas do opulento cenário, uma mansão em estilo vitoriano.