Séries

Crítica nostálgica da série “Justiça Final” (1991-1993)

Justiça Final (Dark Justice – 1991/1993)

O personagem principal é Nicholas “Nick” Marshall (Ramy Zada), um ex-policial e ex-promotor de justiça. Ao tornar-se juiz, Marshall sofre diversas frustrações em seu trabalho de combate ao crime, progressivamente perde sua fé no sistema legal e se torna um justiceiro após sua família ser eliminada.

O meu contato com a série foi na infância, ela era exibida nas quintas à noite da Globo, fez um tremendo sucesso, todo mundo comentava no dia seguinte na sala de aula, apesar de ter sido alvo de críticas dos usuais adeptos da bandidolatria. Aquela abertura era impactante, a narração, a transição do juiz irritado para o motoqueiro justiceiro…

“Como policial, perdi muitos casos devido a truques jurídicos, mas eu acreditava no sistema. Como promotor, perdi muitos casos para advogados corruptos, mas eu acreditava no sistema. Como juiz, procurei seguir a lei ao pé da letra porque eu acreditava no sistema. Até eles destruírem minha família. Aí eu parei de acreditar no sistema e comecei a acreditar na justiça.” 

As tramas sempre envolviam um crime em que o bandido conseguia se safar por algum malabarismo jurídico, daí o protagonista aguardava a noite cair, soltava o cabelo, subia na motoca e caçava o marginal. No final do episódio piloto, ele descobre que ganhou um apelido: “o vigia noturno”.

Material típico de revistas em quadrinhos, mas com clima tenso, pegada suja, fotografia sombria, a garotada vibrava, pura diversão escapista, ainda mais eficiente em países como o Brasil, em que a impunidade sempre afligiu o povo honesto e trabalhador.

Uma curiosidade, a bela canadense Carrie-Anne Moss, que anos depois conquistaria fama mundial como a Trinity de “Matrix”, estava iniciando na carreira e fez parte do elenco na primeira (e superior) temporada, que também é beneficiada pela linda locação, filmada em Barcelona.

“A JUSTIÇA É CEGA, MAS ENXERGA NO ESCURO.”

Na segunda temporada, trocaram o ator principal e a qualidade caiu bastante. Ramy Zada entregava uma atuação menos caricata, uma atitude que facilitava a imersão do espectador, ele foi substituído por Bruce Abbott, de “Re-Animator – A Hora dos Mortos Vivos” (1985), que parecia desinteressado em cena.

A série nunca foi lançada em DVD oficialmente no Brasil, mas você consegue encontrar com facilidade garimpando na internet. Eu selecionei os melhores episódios da primeira temporada, em ordem de exibição:

Episódio 01 – Nowhere To Hide

Episódio 07 – Brother Mine

Episódio 08 – Broken Toys

Episódio 18 – Playing The Odds

Episódio 19 – Diplomatic Immunity

Episódio 22 – Judgement Night

A série foi criada por Jeff Freilich e contou com trilha sonora composta por Mark Snow, que viria a ser mais reconhecido anos depois pela assinatura musical da série “Arquivo X”.

Uma pérola que merece ser redescoberta nos doentios tempos de hoje.

  • Você encontra a série com facilidade garimpando na internet.

Abertura da série na Globo:

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

Recent Posts

Dica do DTC – “O Trovador Kerib”, de Sergei Parajanov

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não…

1 hora ago

PÉROLAS que ACABAM de entrar na NETFLIX

Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…

2 dias ago

6 ÓTIMOS filmes que ACABAM de entrar na AMAZON PRIME

Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…

2 dias ago

Dica do DTC – “Falam os Sinos”, de Henry Koster

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não…

3 dias ago

PÉROLAS que ACABAM de entrar na NETFLIX

Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…

6 dias ago

6 FILMAÇOS que ACABAM de entrar na AMAZON PRIME

Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…

6 dias ago