E lá vou eu investir tempo e carinho em um tema que vai gerar centavos, a publicação terá pouquíssimos acessos, provavelmente nenhum comentário. O que fazer? Eu amo ópera desde criança e levanto esta bandeira desde os meus primeiros textos como profissional da crítica, lá no distante ano de 2008.
Hoje, com o processo de bestialização e infantilização praticamente consolidado neste país, talvez de forma irreversível, esta minha atitude é ainda mais desvairada, mas, não sei explicar, algo em meu coração segue me animando todas as manhãs a remar contra a corrente, a paz de espírito por saber que não faço parte do problema que corrói diariamente a alma deste povo é inestimável.
Aos loucos como eu, honrosa companhia diante do abismo ético, cultural e moral, dedico gentilmente este texto.
Eu tive o cuidado de selecionar filmes que você consegue encontrar na internet (o último da lista está disponível em DVD), facilitei o garimpo incluindo as árias mais famosas.
Vale ressaltar que a lista não está em ordem de preferência.
AS BODAS DE FÍGARO (Le Nozze di Figaro – 1976)
Dois criados, Figaro (Hermann Prey) e Susanna (Mirella Freni), planejam se casar, mas o conde Almaviva quer Susanna para si. Figaro jura vingança ao saber que o conde tentou seduzir sua futura noiva. Ópera de MOZART, com direção de JEAN-PIERRE PONNELLE.
A sua ária mais famosa é a romântica “VOI CHE SAPETE”:
DON GIOVANNI (1979)
A magnífica adaptação da ópera clássica de MOZART, baseada na lenda de Don Juan, um sedutor destruído por seus excessos, com direção elegante de JOSEPH LOSEY.
A sua ária mais famosa é a espirituosa “MADAMINA, IL CATALOGO È QUESTO”:
A FLAUTA MÁGICA (Trollflöjten – 1975)
A Rainha da Noite oferece sua filha Pamina a Tamino, mas ele tem de a recuperar das mãos de seu pai, o padre Sarastro. Ela dá uma flauta mágica a Tamino e sinos mágicos ao caçador de pássaros Papageno, que segue Tamino tentando encontrar uma esposa. A dupla viaja em uma jornada de amor e conhecimento. Ópera de MOZART dirigida pelo mestre INGMAR BERGMAN.
A sua ária mais famosa é a onírica “DER HÖLLE RACHE”:
TOSCA (1976)
A ópera de PUCCINI filmada nos próprios locais em Roma. Tosca (Raina Kabaivanska) e Cavaradossi (Plácido Domingo) estão apaixonados, mas o tirano Scarpia (Sherrill Milnes) também sente falta de Tosca. Enquanto procura um adversário em fuga, ele prende Cavaradossi e chantageia Tosca.
A sua ária mais famosa é a devastadora “E LUCEVAN LE STELLE”:
LA TRAVIATA (1982)
Adaptação da ópera de GIUSEPPE VERDI, por sua vez baseada em “A Dama das Camélias”, de Alexandre Dumas. A obra retrata o romance entre uma cortesã adoecida e que se encaminha para a morte e um jovem que a amava em segredo e revela seus sentimentos durante uma festa. Pérola dirigida por FRANCO ZEFFIRELLI, com PLÁCIDO DOMINGO e TERESA STRATAS.
A sua ária mais famosa é a cálida “LIBIAMO NE’LIETI CALICI”:
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TURANDOT (1987)
A Princesa Turandot (Éva Marton), filha do Imperador Altum da China, odeia todos os homens, e jura que jamais se entregará a nenhum deles; isto devido a um fato ocorrido na família imperial que a traumatizou para sempre: a eliminação da princesa Lo-u-Ling, quando os tártaros invadiram e conquistaram a China. Seu pai exige que ela se case para respeitar as tradições chinesas. A princesa concorda; porém, com uma condição: ela proporá três enigmas a todos os candidatos, que arriscarão a própria cabeça se não acertarem todos os três, e somente se casará com aquele que decifrar todas as três duríssimas charadas. Produção de FRANCO ZEFFIRELLI da ópera de PUCCINI.
A sua ária mais famosa é a belíssima “NESSUN DORMA”:
PAGLIACCI (1982)
A história se passa no sul da Itália e narra a tragédia de Canio (Plácido Domingo), o palhaço principal de uma trupe de commedia dell’arte, sua esposa Nedda (Teresa Stratas) e o amante dela, Silvio (Alberto Rinaldi). Quando ela rejeita as investidas de Tonio (Juan Pons), outro artista da trupe, ele conta a Canio sobre a traição de Nedda. Ópera de RUGGERO LEONCAVALLO dirigida por FRANCO ZEFFIRELLI.
A sua ária mais famosa é a melancólica “VESTI LA GIUBBA”:
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ANDREA CHENIÉR (1985)
Inspirada na vida do poeta francês André Marie Chénier, que, vítima de uma conspiração, foi condenado à morte pelo Tribunal Revolucionário durante a Revolução Francesa, esta ópera é considerada o maior sucesso de UMBERTO GIORDANO. Esta versão ganhou ainda mais vitalidade com a condução de Riccardo Chailly. O personagem central, Andrea Chenier, é interpretado pelo tenor José Carreras. A história gira em torno do poeta idealista que corteja a bela Maddalena, retratada pela soprano húngara Eva Marton.
A sua ária mais famosa é a poderosa “UN DI, ALL’AZZURRO SPAZIO”:
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