Sob o Luar de Miami (Moon Over Miami – 1941)
As irmãs texanas Kay (Betty Grable) e Barbara (Carole Landis), junto com a tia Susan (Charlotte Greenwood), após uma inesperada e polpuda herança, chegam em Miami à procura de maridos ricos. Os alvos principais: Jeff (Robert Cummings) e Phil (Don Ameche).
O musical mais encantador e divertido na carreira da bela Betty Grable, dirigido pelo sempre competente Walter Lang, beneficiado pelas presenças inspiradas de Charlotte Greenwood e Jack Haley (o inesquecível “Homem de Lata” de “O Mágico de Oz”), como um casal improvável e hilário, ganha ainda mais vigor revisto neste período sombrio que o mundo está vivendo, já que oferece o mesmo escapismo necessário que entregou à época de seu lançamento, durante a Segunda Guerra Mundial.
A química borbulhante entre Grable e Don Ameche conquista rapidamente o espectador, a trama é simples, facilitando a imersão emocional. Após a primeira cena, mostrando as irmãs como garçonetes em uma hamburgueria, o roteiro não perde tempo, já apresenta o elemento transformador, a carta sobre a herança (inserindo uma espirituosa crítica ao sistema tributário), estabelecendo a farsa. Ameche vive inicialmente o estereótipo do milionário entediado, mas é apenas mais uma caricatura forjada, reviravolta que não é surpreendente, mas é executada com charme.
O mágico Technicolor reforça a beleza quase onírica das coreografias musicais desta pérola do estúdio 20th Century Fox, com destaque para “Kindergarten Conga” (Ah, as famosas pernas torneadas de Grable) e a excelente “You Started Something”, com a embasbacante (ainda hoje) participação dos lendários Irmãos Condos, mestres no sapateado.
Cotação: 
Sequência ao som de “You Started Something”, composta por Ralph Rainger e Leo Robin:
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