O Dia da Ira (I Giorni Dell’ira – 1967)
Na cidade de Clifton, um homem pacato e menosprezado se torna discípulo de um experiente pistoleiro.
Um jovem e impulsivo órfão, vivido por Giuliano Gemma, vagava solitário pelo Velho Oeste selvagem, aceitando qualquer tipo de trabalho, sem nenhuma confiança ou amor próprio. Esvaziar baldes de esterco enquanto escutava o deboche alheio já havia se tornado praticamente uma rotina.
O seu caminho uma tarde se cruza com o do experiente pistoleiro Frank Talby, Lee Van Cleef, recém-saído do épico “Três Homens em Conflito” e prestes a encarar “Sabata”, que não somente o trata com dignidade, como o defende.
O tema “professor/aluno” foi muitas vezes abordado no gênero, como no excelente “Quando os Brutos se Defrontam”, de 1967, mas considero esta tentativa do diretor Tonino Valerii, de “Meu Nome é Ninguém”, a mais acertada.
Estruturalmente bastante simples, o roteiro utiliza os ensinamentos do pistoleiro como base. Dez lições que, como qualquer fã já pode imaginar, serão eventualmente utilizadas pelo aprendiz em combate contra o seu mestre, simbolizando o amadurecimento do jovem.
O duelo final é um dos mais emblemáticos na história do faroeste spaghetti, com o uso da empolgante trilha sonora de Riz Ortolani aliada aos sentimentos de ambos, que mesmo sabendo estarem em confronto mortal, ainda sentem resquícios da relação pai/filho que tinham.
A admiração entre ambos é latente, estabelecida com eficiência ao longo da trama e facilitada pela ótima química entre os dois protagonistas. Vale ressaltar também a bela fotografia de Enzo Serafin, que captura a essência primitiva do cenário.
* Você encontra o filme em DVD e, claro, garimpando na internet.