A palavra “tristeza” não define o que sinto nesse
momento, soa pueril, débil, pouco impactante. “Star Wars” sintetiza
minha infância, a parte mais bonita e emocionante dessa fase da minha vida.
George Lucas criou a mitologia de toda uma geração. E Carrie Fisher, como a
inesquecível Princesa Leia Organa, representava a doçura que envolvia a
trilogia clássica, o coração que pulsava mais forte que as batalhas espaciais.
Eu cresci e acompanhei seu trabalho em filmes como
“Hannah e Suas Irmãs”, do mestre Woody Allen, “Harry e Sally:
Feitos Um Para o Outro”, entre outros, mas nada me fascinava mais que a
verdadeira Carrie, aquelas deliciosas participações em talk shows, boa parte
delas disponíveis na internet. Uma personalidade complicada, insegura,
extremamente carismática, sem papas na língua, uma aura enigmática que
encantava sem fazer força. Ao expor publicamente seus problemas com as drogas,
com extrema generosidade transformava sua angústia em show, divertindo outrem
ao revelar suas cicatrizes psicológicas abertas.
Fiquei envergonhado ao ler comentários grosseiros sobre sua
aparência no recente “O Despertar da Força”, tenho certeza que essa
reação também feriu a atriz, que estava presenteando os fãs com o retorno à
personagem após todos esses anos. E ela se foi sem escutar o pedido de
desculpas. Uma parte importante da minha infância e adolescência morre hoje.
Que seus trabalhos sigam inspirando as novas gerações. Que nunca nos
esqueçamos…
Adorei o texto, parabéns