The Beatles – Get Back (2021)

O documentário em 3 partes leva o público para as sessões da gravação da banda em janeiro de 1969, que se tornou um momento crucial na história da música. O foco é no processo criativo dos Beatles, enquanto eles tentam escrever 14 novas músicas em preparação para seu primeiro show ao vivo em mais de dois anos.

É importante destacar que se o seu interesse no tema é mínimo, provavelmente vai se sentir entediado em diversos momentos, a longa duração, as sequências de ensaios que, aos olhos desapaixonados, podem parecer vazias, repetitivas, talvez afastem uma parte do público.

O trabalho arqueológico de Peter Jackson é mercadologicamente direcionado, atitude louvável, o interesse é provar que o senso comum sobre o fim da banda, solidificado nos parcos e depressivos 80 minutos do documentário “Let It Be” (1970), de Michael Lindsay-Hogg, não resiste ao escrutínio das quase 60 horas de material filmado e inédito. A opção pela estrutura cronológica, com utilização de um calendário, deixa tudo ainda mais intimista, você se sente parte da equipe, uma fascinante viagem no tempo.

devotudoaocinema.com.br - Crítica de "The Beatles - Get Back", de Peter Jackson, na DISNEY PLUS

Jackson, competente cineasta, habilidoso em manipular as emoções, ao se aprofundar nos bastidores, mostrando todos os estágios de produção criativa, composições e ensaios, consegue um feito admirável, ele cria tangível expectativa para o desfecho grandioso, o espectador literalmente vibra no show no telhado da Apple Records, que, vale ressaltar, é exibido na íntegra, uma impecável aula de montagem, além de ser um registro histórico de valor inestimável. É fantástico ver a reação de Paul McCartney ao constatar que policiais no local estavam preparados para prender o quarteto pela transgressão.

O que vemos é bem diferente do mito negativo que foi alimentado nas últimas décadas, enxergamos claramente o profissionalismo intenso do grupo, não creio ter visto sinal de rusga entre John Lennon e Paul, a dupla visivelmente se respeitava, aliás, neste quesito, quem se mostra mais irritado e de difícil convivência é George Harrison. Yoko segue sendo uma peça sobressalente, mas não há nada que prejudique sua imagem, muito pelo contrário, aquece o coração ver cenas que mostram ela conversando despretensiosamente com Linda, esposa de Paul, enquanto os rapazes dão vida às canções.

Se você é fã da banda, como eu, vai AMAR cada segundo, uma experiência imersiva de 7 horas, sem exagero, um sonho realizado, algo que era considerado praticamente impossível outrora, disponibilizado com extrema qualidade de imagem e som.

Cotação: devotudoaocinema.com.br - Crítica de "The Beatles - Get Back", de Peter Jackson, na DISNEY PLUS



Viva você também este sonho...

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