No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

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A Maldição de Frankenstein (The Curse of Frankenstein – 1957)

É difícil adaptar a obra de Mary Shelley, já que o monstro em questão inspira mais pena do que medo. Assim como no “Nosferatu” de Murnau, a preocupação em evitar processos judiciais (neste caso, da Universal) foi um elemento positivo, já que os responsáveis tiveram que retrabalhar a trama e colocar a criatividade para funcionar.

Até hoje, de todas as versões, esta é a que considero a mais interessante, superando até mesmo o clássico de Boris Karloff. A forma como o roteiro utiliza o tempo para humanizar o Barão, tornando-o uma figura tridimensional, alguém que vai sucumbindo perante sua própria ambição, alimenta o investimento emocional do público.

O monstro é o próprio doutor, vivido por Peter Cushing, a criatura (Christopher Lee) é mostrada como um triste fantoche, uma cena que inspirou George Romero e seu zumbi treinado em “Dia dos Mortos”. O mais interessante aspecto reside na possibilidade de que toda a trama, contada pelo protagonista em flashback, seja a visão de uma mente perturbada, que inseriu a figura do monstro como forma de negar seus próprios crimes.

Um olhar mais atencioso na sequência de acontecimentos sustenta este viés psicológico, o que enriquece ainda mais o valor da obra em várias revisões.

  • Você encontra o filme em DVD e, claro, garimpando na internet.


Viva você também este sonho...

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