No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

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O Pecado de Madelon Claudet (The Sin of Madelon Claudet – 1931)

Madelon Claudet (Helen Hayes) passou dez anos presa por um crime que não cometeu e por este motivo não criou seu filho. Após sair da cadeia, ela se torna uma mulher da vida para pagar os estudos do filho que nem a conhece.

Excelente melodrama pre-code (filmes hollywoodianos lançados no início da era do cinema falado e antes do reforço da lei de censura de 1934, conhecida como Código Hays), que conta com uma atuação magistral da grande dama do teatro norte-americano, infelizmente esquecida, Helen Hayes, defendendo texto de Charles MacArthur (que era marido da atriz na vida real) e Ben Hecht, adaptado da peça “Canção de Ninar”, de Edward Knoblock. O roteiro abraça uma estrutura narrativa em flashback, opção inteligente que reforça sobremaneira a imersão emocional do público.

O intenso sentimentalismo faz verter muitas lágrimas, mas o impacto mais duradouro é aquele que brota das reflexões que a trama suscita. Hayes exala naturalidade, sem resquícios perceptíveis do histrionismo necessário na linguagem teatral que ela dominava, trabalhando com sutileza as emoções nas cenas mais difíceis, compondo variações críveis para as três fases da vida de sua personagem, da doce jovem caipira, passando pela cortesã madura, até a senhora fragilizada.

  • Você encontra o filme com facilidade garimpando na internet.


Viva você também este sonho...

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