1 – Os Trapalhões no Auto da Compadecida – 1987
Impecável tecnicamente, direção de Roberto Farias, essa
continua sendo a melhor adaptação cinematográfica da obra de Ariano Suassuna.
João Grilo e Chicó são enriquecidos pelas personalidades de Didi e Dedé,
amparados por um elenco refinado. Um dos melhores filmes nacionais de todos os
tempos.
2 – Os Saltimbancos Trapalhões – 1981
Adotando a estrutura de um musical, vale ressaltar a
habilidade do roteiro em não descaracterizar os personagens. Como ousado pano
de fundo, a bela mensagem dos artistas reunidos como valente oposição aos
desmandos de um ditador, elemento que engrandece o desfecho com um simbolismo
emocionante.
3 – Cinderelo Trapalhão – 1979
É um simples conto de moralidade bastante eficiente,
temperado com a riqueza da cultura circense, representada nos primeiros vinte
minutos, feitos quase sem diálogos, focados em peripécias do grupo inseridas
coerentemente no contexto da trama. Sobra espaço até para Aragão emular
Cantinflas.
4 – O Casamento dos Trapalhões – 1988
A direção de José Alvarenga Jr. estabelece com naturalidade
um clima menos formal do que era comum nos filmes do quarteto. Essa
irresponsabilidade criativa, altamente técnica, inseriu com relevância na trama
as necessidades mercadológicas: product placement e a participação da banda Dominó.
5 – O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão – 1977
Sem Zacarias, mas já tendo encontrado o equilíbrio perfeito
entre aventura, humor e drama, o diretor J.B. Tanko aprimora a fórmula de
sucesso, com compreensão plena dos anseios de seu público-alvo infantil, com o
roteiro misturando culturas nacionais e estrangeiras como bem fazia Monteiro
Lobato.
* Matéria escrita para a revista “Preview”, edição 81, de Junho/2016.