No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

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Monte Cristo (1922)

Versão cinematográfica da era silenciosa do romance de Alexandre Dumas sobre um homem — Edmond Dantes (John Gilbert) — há muito preso por um crime que não cometeu e que foge em busca de vingança.

A obra, dirigida por Emmett J. Flynn, produzida pela Fox Film, que perceptivelmente não poupou recursos, está longe de ser fiel ao magnífico “O Conde de Monte Cristo”, de Alexandre Dumas, que é simplesmente o meu livro favorito, mas ela capta a essência da história, engrandecida pela entrega de John Gilbert no papel principal, principalmente na primeira metade, em que acompanhamos a angústia de Edmond Dantes aprisionado.

A subtrama das intrigas da corte torna a segunda metade um pouco arrastada, confusa, prejudicada também pela necessidade de condensar muitas informações em pouco tempo, algo que obrigatoriamente reduz a complexidade psicológica dos vários personagens secundários. O público é resgatado com a fascinante e empolgante sequência do duelo de espadas, coreografado por H.J. Utterhore, que já havia trabalhado em “A Marca do Zorro” (1920) e “Os Três Mosqueteiros” (1921).

A opção do desfecho, apesar de ser basicamente a antítese do que ocorre no livro, funciona muito bem na proposta do filme.

Esta pérola da era silenciosa foi considerada perdida por muitas décadas, mas foi encontrada uma cópia na República Tcheca, que foi restaurada e lançada em DVD nos Estados Unidos.

  • Você encontra o filme com facilidade no Youtube.


Viva você também este sonho...

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