No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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Lua de Mel com Pimenta (Family Honeymoon – 1949)
Grant Jordan (Fred MacMurray), é um professor de botânica que se compromete em casamento com a viúva Katie Armstrong (Claudette Colbert), mãe de três filhos pequenos e bastante travessos. Forçado por circunstâncias alheias à sua vontade, o casal recém casado deve levar em sua companhia na lua de mel, os três pequenos.
Fred MacMurray era um jovem saxofonista que nunca havia cogitado trabalhar como ator, a sua insegurança quase prejudicou seu caminho quando a oportunidade de ouro apareceu, “O Lírio Dourado” (1935), mas, para a sua sorte, a estrela do projeto, Claudette Colbert, que, por contrato, tinha a palavra final sobre a escolha de seus parceiros de cena, ficou encantada com o rapaz, chegou inclusive a brigar por ele na sala dos executivos do estúdio. Ele sempre destacou que aprendeu tudo sobre a indústria com a atriz. Graças à ela, o público mundial ganhou um dos atores mais carismáticos de sua geração.
O elemento do contraste, o glamour natural de Colbert e a simplicidade despretensiosa de MacMurray, foi um dos fatores que garantiram o sucesso nas bilheterias. A parceria dos dois rendeu vários filmes maravilhosos, como “Sem Tempo Para Amar” (1943), “O Ovo e eu” (1947), “A Donzela de Salem” (1937) e “Roubada do Altar” (1935), mas selecionei para este resgate uma pérola muito divertida, dirigida por Claude Binyon, a última que a dupla entregou. A química cênica potencializada por quase 15 anos de carinho mútuo.
- Você encontra com facilidade o filme garimpando na internet.