• TEXTO ESCRITO E PUBLICADO ORIGINALMENTE EM 2009, NO EXTINTO SITE “CINEMA”.

A saudosa KATHARINE HEPBURN representa os valores que mais prezo nas mulheres: garra, coragem, forte personalidade e sofisticação (não aquela ditada pela moda, mas natural)

Desde cedo em sua carreira, a jovem percebeu o tipo de persona sensual que ela deveria interpretar para conquistar seu objetivo: ser famosa (em suas próprias palavras). Esperta, fez o jogo dos estúdios e chamou a atenção do produtor David O. Selznick.

devotudoaocinema.com.br - O legado da grande KATHARINE HEPBURN

Anos depois ela afirmaria que precisou mostrar as pernas para ser notada no meio machista da época. Obviamente que, como mulher inteligente que era, aproveitou a primeira oportunidade que obteve e impôs-se em sua profissão. Em meio a tantas bombshells e loiras platinadas, que disfarçavam a ausência de talento com algum carisma, Hepburn destacava-se como uma talentosa amazona selvagem, atlética e dominadora, mas que conseguia desmontar qualquer homem com um simples olhar.

A sua atitude obviamente não recebia acolhimento por parte do público feminino da época, que enxergava nela o reflexo de seus erros. O público masculino também não a apreciava muito, pois ficavam assustados com sua conduta firme e desafiadora. A reação nas bilheterias não era favorável e ela chegou a ser considerada um “veneno financeiro”, pois os filmes não recebiam o apoio do público.

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Até mesmo a excelente comédia “Levada da Breca” (Bringing Up Baby – 1938), em que contracenava com Cary Grant, foi recebida friamente pelo público. Após alguns fracassos durante a década de 30, ela decidiu corajosamente se reinventar com um projeto em que interpretou uma mulher vulnerável e bem humorada, mas, acima de tudo, esperta. Com “Núpcias de Escândalo” (The Philadelphia Story – 1940), a estrela viu os holofotes buscarem-na novamente, conduzindo-a ao reconhecimento popular.

Katharine deve ser reconhecida por sua carreira cinematográfica brilhante, mas sinceramente considero-a mais merecedora de ser celebrada por suas atitudes em vida. Sempre me lembro de sua intempestividade deliciosa em “Uma Aventura na África” (The African Queen – 1951) ou da admiração refletida em seus olhos, no emocionante discurso final de Spencer Tracy em “Adivinhe Quem Vem Para Jantar” (Guess who’s Coming to Dinner – 1967).

Uma mulher à frente de seu tempo, a mãe de todas aquelas que ainda hoje buscam independência, pois infelizmente o mundo não evoluiu tanto assim…



Viva você também este sonho...

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