No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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Jesús, el Niño Dios (1971)
Quando Jesus (Alfredo Melhem) nasceu, o rei Herodes (Ivan J. Rado) ordenou que todas as crianças menores de três anos fossem eliminadas. Um anjo dá este aviso a José (Guillermo Murray) e também o aconselha a buscar refúgio com Maria (Gayle Bedall) e a criança.
Esta pérola do cinema mexicano é a primeira parte de uma trilogia (os filmes seguintes são “Jesús, María y José” e “Jesús, Nuestro Señor”), comandada por um dos nomes mais importantes na formação da indústria de seu país: Miguel Zacarías, um trabalho que só conheci graças ao maravilhoso garimpo cultural na internet.
Caso você queira conhecer melhor o talento deste saudoso diretor, eu indico sobremaneira os lindos “El Dolor de Los Hijos” (1949) e “Una Carta de Amor” (1943). Você encontra com facilidade na internet. Eu creio que estas obras nunca foram exibidas no Brasil.
Filmado em 1969 e lançado dois anos depois, “Jesus, el Niño Dios” traz cenas muito delicadas, carregadas de pureza, uma inocência que parece ter se extinguido no mundo, destaco a sequência do nascimento, pensada de forma tão simples e, ao mesmo tempo, tão bela, com José orando, enquanto Maria, rodeada por anjos (crianças), em paz, pura serenidade, literalmente é iluminada pela graça divina.
- Você encontra o filme com facilidade garimpando na internet.