O Castelo Sinistro (The Ghost Breakers – 1940)

Mary Carter (Paulette Goddard) herda uma mansão em uma pequena ilha de Cuba e, apesar de sofrer ameaças, resolve tomar posse do local. Em companhia de Larry Lawrence (Bob Hope), uma personalidade do rádio, ela decide ir conhecer sua nova mansão assombrada, mas eles não fazem ideia do tamanho da confusão que estarão arrumando com os “fantasmas” do lugar.

Bob Hope era um embaixador da cultura americana. Entendia como poucos o funcionamento das engrenagens dos bastidores de Hollywood, além de genuinamente amar o mundo do entretenimento.

Um intelectual que graças ao seu carisma e bom relacionamento com todos, transitava com liberdade pelos corredores dos estúdios. Em seus filmes, mandava indiretas cômicas para seus amigos, que ele sabia, estariam vendo na estreia. Fazia graça com os gêneros, como nesta ótima brincadeira com os castelos mal-assombrados que emolduravam o horizonte enevoado dos clássicos de terror.

O diretor George Marshall se responsabilizaria também pela inferior refilmagem, veículo para as trapalhadas de Jerry Lewis e Dean Martin, em “Morrendo de Medo” (Scared Stiff – 1953). A ideia nasceu de uma peça de 1909, já filmada por Cecil B. De Mille (com codireção de Oscar Apfel) em 1914 e por Alfred E. Green em 1922. Com o auxílio dos usuais escritores da equipe de Hope e o roteirista Walter DeLeon, os estúdios Paramount decidiram refilmar o projeto.

A química entre Hope e o comediante Willie Best garante ao filme excelentes momentos. Outra decisão acertada foi trocar o castelo da Espanha para Cuba, permitindo a inserção de elementos como o vodu e até zumbis.

A parceria de Hope com a bela (então em processo de divórcio com Charles Chaplin, após “O Grande Ditador”) Paulette Goddard em “O Gato e o Canário” foi um sucesso de público, o que levou a Paramount a escalá-los novamente em um projeto similar. Existem várias cenas muito engraçadas em “O Castelo Sinistro”, mas uma se destaca como a melhor tirada de sua carreira.

Ele atenciosamente escuta a explicação dada pelo personagem de Richard Carlson, sobre o modus operandi dos zumbis: “Um zumbi não possui vontade própria. Você os vê caminhando sem rumo, com os olhos sem vida, seguindo ordens, sem saber o que estão fazendo, sem se importar…” No que Hope complementa: “Como os democratas (esquerda)?

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