Estigma da Crueldade (The Bravados – 1958)
Jim Douglas (Gregory Peck) chega à cidade às vésperas do enforcamento de quatro bandidos. Eles os tem perseguido, pois acredita que violentaram e mataram sua mulher. Mas horas antes da execução, os quatro conseguem escapar, levando uma bela moça como refém, para tentar atravessar a fronteira para o México. Enfurecido, Douglas persegue e aniquila um a um seus inimigos, até que finalmente se revele um segredo que o deixará mais desesperado por salvação do que por vingança.
O diretor Henry King realizou com esse ótimo faroeste uma experiência no gênero, apostando em um viés psicológico. O personagem vivido por Gregory Peck está tão devotado à vingança, que nega seus princípios e se cega perante seu compasso moral.
Stephen Boyd, um ano antes de viver “Messala” em “Ben-Hur”, e Lee Van Cleef, que anos depois viraria sinônimo de “Spaghetti Western”, excelentes em cena, reforçam o elenco como dois dos quatro fora da lei.
Emoldurado por uma bela trilha sonora de Alfred Newman e Hugo Friedhofer, que traduz melodicamente a determinação psicótica que move o protagonista, mas deixando claro em seus acordes que existe um herói honrado enterrado naquela montanha de amargura e ódio.
O desfecho desta pérola continua poderoso, surpreendente e corajoso.