A Maleta Fatídica (Nightfall – 1956)

Após se envolver acidentalmente com dois ladrões que haviam acabado de roubar um banco, James escapa dos bandidos com todo o dinheiro do assalto. Porém, ao tentar explicar a situação às autoridades, o rapaz precisa convencê-los de que não tem nenhuma ligação com o crime.

Analisando pela ambientação do ótimo desfecho da trama, as montanhas nevadas do Wyoming, fica claro que estamos diante de um filme noir audacioso, crepuscular, com um forte traço de humor negro, algo essencial para o diretor Jacques Tourneur.

O roteiro, adaptado da obra de David Goodis, busca confundir o espectador com sua estrutura narrativa, elemento alcançado também com ajuda da fotografia primorosa de Burnett Guffey, tentando refletir o estado mental do vulnerável protagonista, o artista vivido por Aldo Ray, que é inserido por engano em um esquema criminoso.

A tensão é mantida do início ao fim, com um trabalho de câmera bastante criativo, principalmente no primeiro ato. É impossível não perceber uma possível homenagem, temática e até no desenvolvimento dos personagens, no celebrado “Fargo”, dos irmãos Coen. Vale destacar a presença de uma jovem e linda Anne Bancroft, como a modelo que acompanha o pesadelo na vida do personagem.

Gosto especialmente da cena em que eles se encontram, quando ela, acreditando que ele é um bandido, precisa enganar ele, conduzindo-o para os braços da lei através de sua sedução.

Na filmografia do diretor, não é um projeto tão lembrado quanto “Fuga do Passado”, mas basta assistir uma vez, para constatar a injustiça. Uma pérola do noir.



Viva você também este sonho...

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