Não é a escolha de um crítico, preferi fazer uma lista emotiva, com alguns títulos que normalmente são desprezados pelos pseudointelectuais. E preferi me ater às séries que já foram finalizadas, já que, na maioria das vezes, cai a qualidade dos roteiros e eu vou perdendo o interesse ao longo das temporadas. A exceção é “Arquivo X”, que teve uma nova temporada moderna, mas levo em consideração apenas a jornada original. Vale ressaltar que a lista não está em ordem de preferência.
Anos Incríveis (The Wonder Years – 1988 a 1993)
A TV Cultura era a emissora que eu mais via na infância, passava Rá-Tim-Bum, Pingu, Tintim, O Mundo de Beakman e essa preciosidade chamada “Anos Incríveis”. Os episódios eram pura poesia, nostalgia, elegância e ternura. O tipo de entretenimento que infelizmente não se faz mais hoje em dia. As crianças já foram mais respeitadas pelos veículos de comunicação.
Jornada nas Estrelas (Star Trek – 1966 a 1969)
Capitão Kirk, Spock e McCoy, são mais que personagens de uma série, eles ajudaram a formar o meu caráter. A série que fez com que eu me apaixonasse perdidamente pela ficção científica ainda na infância.
Twin Peaks (1990 a 1991)
Ainda criança na época da exibição, eu não entendia nada da trama, mas a atmosfera me prendia no sofá. Anos depois, ao rever a série, já apaixonado pela filmografia do diretor David Lynch, quis ler tudo o que encontrava sobre a produção. A televisão não foi mais a mesma depois da morte de Laura Palmer. E vale ressaltar que o retorno da série na Netflix, a terceira temporada, é simplesmente BRILHANTE!
Monty Python Flying Circus (1969 a 1974)
A série, especialmente as duas primeiras temporadas, representa a criatividade cômica elevada à enésima potência. Quando vejo o público de hoje celebrando qualquer sitcom tola, constato que o público da “sala de jantar” ainda não está preparado para a irreverência do grupo.
É impossível sintetizar a importância desta série na minha infância. Eu acompanhava diariamente nas exibições vespertinas no SBT, desferindo socos no ar junto com os heróis nas clássicas sequências de batalha com onomatopeias.
Breaking Bad (2008 a 2013)
O melhor momento da dramaturgia televisiva recente, roteiros geniais, não tem sequer um episódio ruim. Uma aula de como desenrolar uma trama sem gordura extra, com pleno desenvolvimento de todos os personagens. Trabalho de gente grande.
Married with Children (1987 a 1997)
A modinha na minha época de adolescente era ser fã de “Os Simpsons”, mas eu nunca me senti cativado pela animação. É como “Os Três Patetas”, eu compreendo o valor, mas não consigo gostar. Irreverência mesmo eu encontrei na família Bundy, com tramas ousadas para a época, ultrapassando todos os limites do politicamente correto.
Arquivo X (The X-Files – 1993 a 2002)
Uma mitologia rica em possibilidades, uma dupla de personagens carismáticos, enredos instigantes e uma música-tema inesquecível em seu minimalismo.
Chaves (El Chavo del Ocho – 1972 a 1979)
O saudoso Roberto Gómez Bolaños escreveu episódios em que vários diálogos e cenas entraram para a cultura pop nacional, um personagem que nunca irá envelhecer, humor ingênuo, inteligente e puro.
Esquadrão Relâmpago Changeman (Dengeki Sentai Chenjiman – 1985 a 1986)
Com o futuro lançamento de um novo filme dos Power Rangers, boa parte dos críticos vai confessar que apreciava a série original na adolescência, mas eu sou tokusatsu japonês de raiz, minha infância foi pulando na frente da televisão, imitando os movimentos de Tsurugi, o Change Dragon de Changeman.
Cosmos (1980)
A série que me apresentou ao trabalho do grande Carl Sagan e intensificou meu fascínio pelos mistérios do universo.
ALF, o ETeimoso (Alf – 1986 a 1990)
O querido dublador Orlando Drummond é a razão principal para esse título estar na lista. Ao pensar na série, eu volto no tempo imediatamente para as tardes de Domingo de minha infância.
Os Trapalhões (1969 a 1994)
O quarteto Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, os heróis nacionais de toda criança da década de oitenta. Maravilhoso humor politicamente incorreto, mistura de estilos, incorporando outras culturas como Monteiro Lobato fazia na literatura, um pedaço inesquecível da história da televisão brasileira.
Teatro dos Contos de Fadas (Faerie Tale Theater – 1982 a 1987)
Outro clássico da TV Cultura, cada episódio trazia histórias encantadoras e engraçadas do imaginário infantil com um elenco primoroso. O projeto foi idealizado pela atriz Shelley Duvall, de “O Iluminado”.
Friends (1994 a 2004)
A curta duração dos episódios, a inteligência nos diálogos e a química irresistível do elenco garantem incrível valor de revisão. É uma fórmula, mas a execução é maravilhosa.
Sítio do Picapau Amarelo (1977 a 1986)
Monteiro Lobato teve enorme influência em minha infância, nada foi o mesmo em minha vida depois de ler suas obras e ver na televisão “Memórias da Emília”, a minha aventura favorita, seguida de “O Minotauro”.