Logan Lucky – Roubo em Família (Logan Lucky – 2017)
Durante uma corrida de automóveis da NASCAR, o maior campeonato de stock car dos Estados Unidos, os irmãos Jimmy Logan e Clyde tentam realizar um ambicioso assalto. Para tanto, eles precisam da ajuda de Joe Bang, especialista em explosivos, que está preso. Com isso, os irmãos Logan elaboram um plano para que Joe deixe a prisão sem ser notado, de forma que possa realizar o trabalho.
Se a estratégia do Steven Soderbergh com todo aquele papo de aposentadoria objetivava tirar da equação o elemento da expectativa em seus trabalhos, funcionou sobremaneira, porque se “Logan Lucky” viesse na esteira de seus projetos mais celebrados, provavelmente seria ignorado, mas, como inesperado retorno, entrega em sua leveza despretensiosa um par de horas agradáveis.
Um filme de assalto em que o roteiro faz questão de não levar seus personagens a sério, espécie de primo pobre e propositalmente desajeitado de “Onze Homens e Um Segredo”, refilmagem do clássico protagonizado por Frank Sinatra, que Soderbergh revitalizou em 2001. Adam Driver e Channing Tatum vivem irmãos (ideia, por si só, engraçada) que se unem em um plano para fazer um assalto em plena corrida da NASCAR, mas quem rouba verdadeiramente a cena é Daniel Craig, vivendo um especialista que, de tão competente, acabou na penitenciária. Eles irão eventualmente unir forças com a irmã azarada, vivida por Riley Keough, neta de Elvis Presley.
O terceiro ato perde ritmo com a entrada de uma personagem sem relevância na trama, momento inglório de Hilary Swank, desperdiçando tempo precioso que poderia ter sido utilizado para aparar arestas nas personalidades dos principais, que, sem exceção, são caricaturas unidimensionais.
O humor funciona na maior parte das vezes, mas o charme inicial se desgasta rápido. Entretenimento inofensivo, o que não é um grande elogio quando se trata de um diretor como Soderbergh.