A Vingança do Águia (Leng xue shi san ying – 1978)
A trama é simples, o clássico conto de vingança, o mérito está na reviravolta insinuada já no segundo ato. Um cruel mestre das artes marciais (Ku Feng) treina seus discípulos para se tornarem assassinos obedientes, chamados de “Águias”.
Um destes assassinos (Ti Lung, talvez no melhor momento de sua carreira), perito na utilização do bastão triplo, foge do grupo após um desentendimento e encontra um rapaz misterioso (o carismático e talentoso Alexander Fu Sheng, que faleceu precocemente aos 28 anos em um acidente de carro) que passa a ajudar o fugitivo contra seus perseguidores.
Este é um dos meus favoritos dos lendários estúdios Shaw Brothers, dos irmãos Sir Run Run e Runme, dirigido por Sun Chung, reconhecido por seu apreço pelas tomadas abertas nas sequências de luta, opção que favorecia tremendamente a complexidade das coreografias, nenhum detalhe é perdido no balé dos corpos, ao invés do imediatismo visceral de seus colegas menos elegantes e, por conseguinte, mais populares.
As lutas movem a narrativa adiante, trabalham com investimento emocional, algo raro no gênero. E de todas as obras do diretor, “A Vingança do Águia” é aquela em que ele consegue executar seu estilo com mais eficiência e segurança.