A Pistola do Mal (Day of The Evil Gun – 1968)
Lorn Warfield (Glenn Ford) regressa a casa após ter criado, durante três anos, a reputação de grande pistoleiro. Encontra o seu rancho em ruínas e descobre que a mulher e as filhas foram levadas pelos índios apache. Por intermédio de um velho e aparentemente louco comerciante, que em tempos negociou com os índios, consegue uma pista e uma esperança de encontrar a família com vida. Na companhia do experiente Owen Forbes (Arthur Kennedy), ele sai à procura dos sequestradores.
O faroeste norte-americano já estava em declínio no ano em que “A Pistola do Mal” foi lançado, os europeus revigoravam o gênero, enquanto em Hollywood o mito clássico do vaqueiro heroico dava lugar à questões psicologicamente mais desafiadoras e uma aura sombria e moralmente desoladora, apenas o cenário parecia o mesmo.
Com direção do veterano televisivo Jerry Thorpe, visivelmente desconfortável com as convenções do estilo, o roteiro/argumento de Charles Marquis Warren trabalha a dupla de protagonistas de forma tão humana e crível, que podemos relevar o fato de que se inspira sobremaneira na trama de “Rastros de Ódio”, com direito a um coadjuvante, vivido pelo competente Dean Jagger, que é uma cópia do personagem vivido na obra de John Ford por Hank Worden.
Apesar do ritmo ser irregular, destaco pelo menos uma grande sequência, a perseguição dos índios a cavalo, com os dois pistoleiros suando para manter suas armas e acompanhar o raciocínio estratégico daqueles considerados por eles como inferiores, selvagens, situação que destaca um tímido viés revisionista, infelizmente abandonado no anticlimático desfecho.
O resultado é acima da média, eu coloco entre meus cinco faroestes favoritos protagonizados por Glenn Ford, abaixo apenas de “Galante e Sanguinário”, “Gatilho Relâmpago” e “Cimarron”.
* O filme está sendo lançado em DVD, com opção de dublagem em português, pela distribuidora “Classicline”.