Estou meio afastado das redes sociais, preparando as palestras, retomando leituras, vendo filmes, respirando arte, em suma, um pouco cansado do patético “debate” político brasileiro. Como sempre digo, de alguns anos para cá, após décadas em coma existencial, grande parte do povo acordou sobressaltado e adotou a política como espécie de pueril reality show, uma variação das antigas discussões familiares sobre participantes favoritos, vilões e mocinhos, em suma, uma visão infantil e nada embasada sobre o tema. Discute-se sobre tudo, sem qualquer conhecimento sobre o objeto de discussão. Gente que não sabe nem se portar educadamente em fila de banco querendo opinar sobre porte de arma, aborto e drogas. Adultos alfabetizados com extrema dificuldade em simples interpretação de texto vociferando online sobre a economia nacional.

Quando não há argumentos, quando se nega a lucidez, as agressões tomam lugar de destaque, o emocional domina a razão, logo, esta disputa acalorada abriu espaço para opções extremistas, além das bizarras de sempre, personalidades exóticas que ganham fama sem propostas minimamente sensatas. Figuras que, em uma nação sóbria e séria, encontrariam dificuldade em eleições para síndico de condomínio. As nossas opções são PÉSSIMAS, VERGONHOSAS, reflexo cristalino do monstro diante do espelho, a solução (em longo prazo) não virá do sistema, o presidente não será um super-herói que vai livrar esta terra da corrupção e fazer com que, da noite para o dia, nós tenhamos condições dignas de saneamento básico, segurança, saúde e educação. Não, a tragédia brasileira só vai acabar quando o povo mudar.

As eleições vão terminar e o brasileiro vai redirecionar sua atenção para qualquer futilidade, já que enxerga política como uma criança, apenas como veículo imediatista para extravasar suas frustrações. Esta é a triste verdade.



Viva você também este sonho...

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