O Lago de Drácula (Noroi no Yakata: Chi o Suu Me – 1971)

Um médico investiga as eliminações de várias mulheres em um resort à beira do lago. Sua investigação o leva a acreditar que um vampiro é responsável pelos crimes.

Eu li sobre esta “Bloodthirsty Trilogy” pela primeira vez em alguma revista de cinema na década de 90, fiquei muito curioso, mas era impossível encontrar em VHS, mesmo em cópias piratas, fiquei esperançoso quando houve o boom da internet e o meu garimpo virtual se intensificou, mas não encontrava sequer o link de um dos três, cheguei a acreditar que jamais assistiria a estes filmes, já que não havia qualquer possibilidade deles serem lançados oficialmente em nosso mercado de DVD.

Alguns anos atrás, com o crescimento de sites especializados em disponibilizar fitas obscuras, finalmente pude matar a vontade e apreciar estas pérolas da Toho Studios, dirigidas por Michio Yamamoto. A pergunta que você deve estar se fazendo: valeu a pena a espera?

Vale ressaltar que não há conexão entre as tramas. O primeiro, “The Vampire Doll (Yûrei yashiki no kyôfu: Chi wo sû ningyô, 1970)”, sendo muito generoso, não sobreviveu bem ao teste do tempo. O terceiro, “Evil of Dracula (Chi o suu bara, 1974)”, vale como curiosidade, com boa dose de erotismo.

O único que verdadeiramente se mostrou relativamente divertido foi o segundo, “Lake of Dracula”, que aposta em uma trama mais simples e direta, bebendo da fonte original do livro de Bram Stoker (com direito à uma versão do tradicional Renfield) e, principalmente, dos filmes de vampiro do estúdio Hammer, que estavam conquistando o mundo na época.

Hoje em dia é comum ver a indústria norte-americana produzindo adaptações de J-Horror, mas no início da década de 70 ocorria o inverso. Da onírica sequência inicial, ao melodramático desfecho, você sente a pegada do terror europeu (mérito também do competente diretor de fotografia Rokurô Nishigaki, de “Os Sete Rebeldes”, que não participou dos outros dois na trilogia), a elegância nos cenários e o ritmo contemplativo, mas não há uma identidade japonesa neste produto de exportação. É, acima de tudo, genérico.

O vampiro sem nome vivido por Shin Kishida funciona mais visualmente, com sua maquiagem e grunhidos animalescos, do que narrativamente, já que o roteiro praticamente abandona o personagem, um coadjuvante inglório em sua própria história.

Trailer:



Viva você também este sonho...

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