Mogli – O Menino Lobo (The Jungle Book – 2016)
Mogli (Neel Sethi) é um menino criado por uma família de lobos. Mas o menino sente que não é mais bem-vindo na floresta quando o temido tigre Shere Khan (voz de Idris Elba), que carrega cicatrizes causadas por caçadores, promete eliminar o que ele considera uma ameaça. Forçado a abandonar o único lar que conhece, Mogli embarca em uma cativante jornada de autoconhecimento, guiado pela pantera e mentora Bagheera (voz de Ben Kingsley) e pelo alegre urso Baloo (voz de Bill Murray).
Antes das recentes refilmagens em live action dos desenhos clássicos da Disney, lá na distante década de 30, o diretor Norman Z. McLeod comandou aquela que considero a melhor adaptação da obra máxima de Lewis Carroll, “Alice no País das Maravilhas”, que viria a receber o tratamento de luxo da empresa do pai do Mickey quase vinte anos depois, resultando em um produto incrivelmente superestimado. Outro projeto deles que nunca me encantou foi “Mogli – O Menino Lobo”, lançado em 1967, apesar de eu gostar bastante do material original, “O Livro da Selva”, de Rudyard Kipling.
Esteticamente deslumbrante, rico em simbologia, o filme acerta exatamente no ponto em que a animação original me desapontou, o roteiro não suaviza o aspecto sombrio da obra, há senso de perigo real e consequências dramáticas às ações. Vale destacar que o texto agrega uma camada cínica ao relacionamento do pequeno com o urso Balu, injetando mais sabor nesta interação.
O competente Jon Favreau já havia demonstrado sensibilidade ao comandar “Zathura – Uma Aventura Espacial”, pérola infanto-juvenil injustamente pouco reconhecida, mas consegue se superar em “Mogli”, firmando sua assinatura na maneira como trabalha confortavelmente no terreno dos efeitos visuais, driblando um elemento que tinha tudo para dar errado, animais fotorrealistas em computação gráfica falantes (algo que será repetido em seu “O Rei Leão”) contracenando com um menino, com direito às sequências cantadas do original, mas sem transformar o todo em um musical tradicional.
Quando começaram os rumores sobre uma nova versão, mais fiel à origem literária e com postura reverente ao medalhão animado, fiquei curioso e, minutos depois do fim da sessão, aplaudi emocionado.
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