O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio (Terminator: Dark Fate – 2019)
Mais de duas décadas após os eventos de “O Julgamento Final”, Sarah Connor (Linda Hamilton) precisa proteger uma jovem chamada Dani Ramos (Natalia Reyes) e seus amigos de um Exterminador (Gabriel Luna) enviado do futuro para aniquilá-las.
O novo projeto desconsidera todas as fracas sequências após o excelente “T2 – O Julgamento Final”, mas falha miseravelmente em entregar algo relevante, em termos de roteiro e efeitos especiais, cometendo o equívoco narrativo imperdoável de, com sua existência, deslegitimar o que foi estabelecido no original.
Tim Miller é um diretor laranja, não traz personalidade à obra, a sensação é a de que ele “bateu o cartão” e deixou os executivos ditarem os rumos, injetando, como é usual na Hollywood de hoje, alegorias nada sutis anti-Trump, forçando demais a mão na questão da representatividade feminina (“T2” fez isto melhor, e com inteligência, em 1992), em suma, transformando o divertido conceito de ficção científica criado por James Cameron em mero coadjuvante na agenda política.
Os diálogos são rasteiros, a reapresentação de Arnold Schwarzenegger na trama, além de incrivelmente subaproveitada, também é patética, desrespeitando a memória afetiva do público. É ótimo ver novamente Linda Hamilton, belíssima e cheia de atitude, apesar do roteiro não oferecer muito material dramático, mas, infelizmente, a verdade visceral que ela defende soa deslocada no contexto proposto pelo núcleo jovem, que apresenta um nível de atuação regular.
Os acontecimentos no início do filme já representam uma ingrata cuspida na cara de todos que aguardavam este novo capítulo. Os fãs antigos simplesmente vão ficar ofendidos, o público novo vai sair indiferente da sessão, logo, a estratégia mercadológica dos produtores não poderia ter sido mais tola.
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