O Último Desafio (The Last Stand – 2013)
Um chefão criminoso escapa da prisão e parte em uma fuga alucinante em direção ao México. Mas, antes disso, ele precisa passar pela cidade do Xerife Ray Owens (Arnold Schwarzenegger), que conta com a ajuda de uma equipe determinada a capturá-lo.
No espírito do clássico faroeste “High Noon”, esta pérola trouxe de volta ao cinema o carisma de Arnold Schwarzenegger, após seus anos como governador, vivendo um xerife idoso de uma pequena cidade tranquila que se recusa terminantemente à se curvar diante dos absurdos criminosos de um grupo de forasteiros.
O diapasão é despretensioso, cômico, terreno confortável para o veterano ator soltar suas tradicionais one-liners, acompanhado de um pequeno grupo de improváveis heróis, incluindo um combatente com estresse pós-traumático (Rodrigo Santoro) e um armamentista claramente insano (Johnny Knoxville). A direção do sul-coreano Kim Jee-won é genérica, mas não prejudica a experiência, até porque o roteiro de Andrew Knauer não pede a reinvenção da roda, emulando elementos do esquecido “Os Últimos Durões”, de Jeff Kanew.
Há problemas estruturais, como o próprio conceito de ameaça envolvendo a fuga do vilão no carro super potente, mas para fãs do cinema de ação oitentista, como eu, este filme é um prato cheio, com direito à uma simpática velhinha octogenária dignamente defendendo sua propriedade com um trabuco.
As sequências aceleradas empolgam pelo caráter mítico autoconsciente que a fotografia de Kim Ji-yong adota em momentos como a perseguição no deserto, inserindo a figura fisicamente imponente de Arnold como o símbolo de um tipo de pessoa cada vez mais raro no mundo, o indivíduo corajoso que enfrenta o problema ao invés de se esconder debaixo da cama, em suma, o tipo de herói que forjou o caráter da garotada que cresceu na década de 80.
“O Último Desafio” é a melhor produção desta fase recente do austro-americano, indicada para fãs e não-iniciados.
Cotação: