Golpe Fulminante (Knock Off – 1998)

Em Hong Kong, vive o representante de vendas de jeans Marcus Ray (Jean-Claude Van Damme), cujo sócio (Rob Schneider) é, na verdade, um agente secreto da CIA. Eles descobrem uma terrível conspiração política, que visa detonar uma onda de atos terroristas ao redor do mundo. Por trás do nefasto plano estão a máfia russa e chinesa, que pretendem espalhar uma arma letal.

O belga Jean-Claude Van Damme é usualmente alvo de chacota nos dias de hoje pelos cinéfilos adolescentes pseudointelectuais, mas ele foi o responsável por internacionalizar diretores criativos como John Woo, Ringo Lam e o vietnamita Tsui Hark, que enxergavam no estilo do ator, que combinava carisma, elegância nos movimentos e intensidade cênica, um terreno fértil para suas mentes fervilhantes.

Hark, responsável por clássicos das artes marciais como “Era Uma Vez na China” e suas duas sequências, consegue impor um ritmo frenético ao divertido roteiro de Steven E. de Souza (de “Duro de Matar”), construindo cenas de ação coreograficamente surpreendentes, mérito do grande Sammo Hung, que seguem eficientes em revisão, como a ambientada em um depósito lotado de capangas com facões, além de momentos visualmente exóticos, alguns bastante experimentais, como uma tomada que segue a corrente elétrica de uma ligação telefônica, e o início, com as bonecas explosivas que saem de caixas no fundo do mar.

A simples ideia do protagonista bom de briga ser um ex-fornecedor de produtos piratas para camelôs já é pitoresca, mas o filme também consegue a proeza de unir no elenco o infame Rob Schneider e o respeitado Paul Sorvino, vivendo um agente da CIA. E, apesar de algumas escolhas duvidosas de edição, o resultado, longe de ser a bomba atômica que se espera ao ler a sinopse, vale cada segundo investido se você for um fã do gênero. O mais intrigante é pensar que o grande Francis Ford Coppola chegou a ser cogitado para a direção.

É uma pena que Van Damme, como ele mesmo já afirmou em entrevistas, estava totalmente off durante a produção, viajando alto com psicotrópicos, ele diz que nem se lembra do processo de filmagens, porque eu adoraria ler um livro de memórias dos bastidores deste maravilhosamente insano “Golpe Fulminante”.



Viva você também este sonho...

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