Drunken Tai Chi (Siu Tai Gik – 1984)
Ching (Donnie Yen) é o filho mimado de um vendedor de sal que é atacado com fogos de artifício uma noite pelo filho de um chefe local.
Esta produção da Dragons Group Film dirigida pelo grande Yuen Woo-ping, mais conhecido pela nova geração por ter sido o coreógrafo de “Matrix”, poderia ser descartada como apenas mais um roteiro cômico com ótimas sequências coreografadas, mas há um elemento nela que merece ser salientado, o filme marca a estreia do espetacular Donnie Yen, vivendo um tipo muito diferente do que acabou se tornando sua persona mais facilmente reconhecível hoje em dia.
E logo em sua primeira cena, aparentemente um despretensioso passeio de bicicleta, a câmera já demonstra a admiração por seu talento, o espectador em questão de minutos já é conquistado por seu carisma, bom humor e a precisão cirúrgica dos movimentos ao enfrentar um desordeiro, favorecida pela utilização da câmera lenta.
A estrutura é similar aos projetos iniciais de Jackie Chan e Sammo Hung, com muito pastelão e uma pegada descompromissada fascinantemente irresponsável, a trama é simplória e convencional, mas o ritmo é ágil, impecável, considero até muito superior ao “Drunken Master”, filme mais conhecido do diretor.
Uma pérola das artes marciais que não pode se manter esquecida nas prateleiras do tempo.