Os Waltons (The Waltons – 1972/1981)
Uma família rural americana, constituída pelo casal John (Ralph Waite) e Olivia Walton (Michael Learned), seus sete filhos (Richard Thomas, Jon Walmsley, Judy Norton Taylor, Mary Elizabeth McDonough, Eric Scott, David W. Harper e Kami Cotler) e os pais de John, Zebulon “Zeb” Tyler (Will Geer) e Esther Walton (Ellen Corby), se esforça para viver decentemente durante as crises advindas da Grande Depressão e da Segunda Guerra Mundial.
O mundo se transformou em uma distopia grotesca, os lúcidos lutam para manter a sanidade mental, logo, nada melhor que resgatar das empoeiradas prateleiras do tempo esta preciosidade, uma série que marcou o povo brasileiro na década de 70, “Os Waltons”, criada por Earl Henry Hamner Jr., vive na memória afetiva daqueles que se emocionaram com os bons valores transmitidos nas belas histórias ricas em sentimentalismo, contadas pelo ponto de vista do filho adolescente John-Boy, sobre a rotina de sua família, liderada pelo patriarca John, dono de uma serraria de uma comunidade rural, e sua esposa, a amorosa Olivia, devota da Igreja Batista.
Rever hoje em dia os episódios, principalmente os 24 da excelente primeira temporada, sem exagero, se torna uma experiência terapêutica, verdadeiramente desintoxicante.
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Eu selecionei os 12 melhores episódios da primeira temporada, que você encontra com facilidade em DVD e, claro, garimpando na internet:
Telefilme Piloto – Venha Passar o Natal Conosco, Papai
Na véspera de Natal de 1933, os Waltons se preparam para o feriado. No entanto, o patriarca John Walton, que foi forçado a trabalhar em outra parte do Estado, ainda não voltou para casa e sua família está cada vez mais preocupada.
Episódio 1 – A Criança Abandonada
A família acolhe uma menina surda que foi abandonada pela mãe.
Episódio 2 – Gente de Circo
Quatro artistas de circo ficam sozinhos depois que o grupo deixa a montanha Walton, então eles ficam com a família enquanto tentam voltar para casa.
Episódio 3 – O Bezerro
Os filhos ficam chateados quando o pai vende um bezerro recém-nascido para outro fazendeiro que pretende abatê-lo para obter carne.
Episódio 5 – A Máquina de Escrever
John-Boy secretamente pega emprestada uma máquina de escrever das irmãs Baldwin, e Mary Ellen, inadvertidamente, a dá a um negociante de sucata.
Episódio 9 – A Cerimônia
Uma família de refugiados judeus da Alemanha nazista muda-se para a montanha Walton, onde tenta esconder seu judaísmo por temor ao antissemitismo.
Episódio 11 – O Escritor
Um escritor chega na montanha Walton e impressiona John-Boy com seus contos de conexões literárias e realizações.
Episódio 19 – Os Ciganos
Um bando de ciganos viajantes enfrenta o preconceito de alguns habitantes da cidade.
Episódio 20 – A Escritura
A validade da reivindicação dos Waltons por suas terras é questionada quando eles não podem produzir uma escritura legal de propriedade. Para resolver seus problemas jurídicos, eles precisam levantar uma alta soma, John-Boy decide ajudar, conseguindo um emprego na cidade de Wheeling.
Episódio 21 – A Estudante
Quando Verdie Grant descobre que sua filha está se formando na faculdade, ela se sente envergonhada pelo fato de nunca ter aprendido a ler ou escrever. Ela pede a John-Boy que a ensine, com a condição de que ele mantenha isso em segredo.
Episódio 22 – A Bicicleta
A intromissão de John-Boy em um romance de longa distância sai pela culatra.
Episódio 24 – A História da Páscoa
Quando Olivia contrai poliomielite, John-Boy se recusa a aceitar o prognóstico do médico de que ela pode nunca mais andar.
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A origem da saga é literária, “Spencer’s Mountain”, de Earl Henry Hamner Jr. (responsável pela voz do John-Boy adulto, que narra os episódios), que foi inicialmente adaptada para o cinema em 1963, “Os Nove Irmãos”, pérola dirigida por Delmer Daves, com Henry Fonda e Maureen O’Hara. O conceito trabalhava as memórias de infância do autor, que viveu em uma área não incorporada da Virginia.
No início da década de 70, executivos da CBS enxergaram o potencial no material e investiram no telefilme natalino “Venha Passar o Natal Conosco, Papai”, dirigido por Fielder Cook, com parte do elenco que seria reutilizado na série. A ideia não era ser um piloto, pois no auge da contracultura nos Estados Unidos, ninguém realmente acreditava que um projeto tão tradicional e conservador poderia dar certo em longo prazo naquele cenário conturbado. Se o filme mantivesse a média de audiência no horário já seria lucro.
O coração falou mais alto, o sucesso de público do especial foi avassalador, a crítica também se rendeu à ternura da família, Patricia Neal (vivendo Olivia) recebeu um Globo de Ouro como Melhor Atriz, o longa foi indicado também ao Emmy nas categorias: Atriz, Roteiro e Direção. Os engravatados não perderam tempo, já deram sinal verde para a produção da primeira temporada. E, vale ressaltar, este ano de estreia já rendeu à série um prestigiado Prêmio Peabody.
A pureza de “Os Waltons” é emocionante, só de lembrar, lágrimas escorrem no rosto. O clássico desfecho, sempre lembrado, mostrando a casa à distância no crepúsculo do dia, com pais e filhos carinhosamente desejando boa noite, parece simples, mas é rico em sua simbologia, representa a força da família unida ao final do dia, com adultos que se amam e jovens que respeitam os mais velhos, apesar de qualquer desavença, por pior que seja o problema, tudo acaba se resolvendo, não há ameaça que perdure enquanto estes laços se mantiverem firmes.
Uma mensagem muito bonita e que precisa ser passada para a nova geração, tão carente de entretenimento de qualidade.
Abertura com a trilha sonora composta por Jerry Goldsmith:
“O mundo se transformou em uma distopia grotesca alicerçada em farsa sanitária nos últimos 18 meses, os lúcidos lutam para manter a sanidade mental…”
Genial leitura do nosso contexto!
Assisti a série junto à minha família. Lembrando agora, o quanto esses valores foram sendo substituídos pelas “facilidades” do individualismo (cada um quer ter o seu próprio meio de comunicação). Triste realidade!
Assistia quando era criança e lembro de meu pai elogiando aquela mãe, quantas lições, quanto amor, quanta ternura, obediência e submissão dos filhos, tudo que se perdeu durante os anos, que pena.
Eu e minhas irmãs adoravamos assistir… e à noite, ficávamos brincando “Boa Noite John Boy! Boa Noite Meiriellen! O último episódio foi inesquecível: Ninho vazio… 😢pura emoção… Uma série educativa e valorizava o afeto e o respeito entre os entes queridos…
Nossa que nostalgia!! Boas lembranças. Assistia todo sábado por volta das 17h !!! Adorava. Escutar o tema de abertura me fez vertes lágrimas.mas não de tristeza. De recordar de uma época tranquila,sem loucuras e desatentos vividos hoje em dia!!! Agradeço!!!