No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

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Uma Vida em Jogo (A Life at Stake – 1955)

Um arquiteto (Keith Andes) desempregado conhece uma mulher (Angela Lansbury) casada que tem uma proposta de negócio para ele. O arquiteto começa a suspeitar que o interesse da mulher por ele não é somente financeiro, mas pode até ser fatal.

A grande Angela Lansbury melhorou vários filmes com sua presença, mas ela é usualmente lembrada como coadjuvante, muitos acreditam que ela só carregou nas costas o projeto televisivo “Assassinato por Escrito”, pretendo desfazer esta injustiça resgatando esta pérola noir de baixíssimo orçamento, que bebe generosamente da fonte do excelente “Pacto de Sangue” (lançado em 1944), em que a atriz brilha intensamente, esbanjando sensualidade como uma irresistível femme fatale. A sequência de apresentação dela na piscina de sua mansão é marcante.

Os diálogos espirituosos no roteiro de Russ Bender também se destacam, elevando momentos aparentemente simplórios. Os últimos dez minutos surpreendem por sua eficiente construção de tensão, suspense genuíno, corajoso, acima da média. O noir é mais conhecido por sua atmosfera, pela estilização, mas vários projetos no gênero paparicados pela crítica pecam por excesso de forma e conteúdo banal, enquanto outros, como “Uma Vida em Jogo”, que oferecem algo diferente na fórmula, acabam esquecidos.

* Você encontra o filme facilmente garimpando na internet.



Viva você também este sonho...

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