A Sombra de Stalin (Mr. Jones – 2019)
O jornalista galês Gareth Jones (James Norton) arrisca a vida para expor a verdade sobre a fome devastadora na União Soviética no início dos anos 1930.
Eu acredito que, se o mundo fosse justo, todas as escolas e faculdades passariam “A Sombra de Stalin” para seus alunos, uma tarefa que englobasse também estudos sobre o livro “Arquipélago Gulag”, de Alexander Soljenítsin, mas infelizmente é um sonho improvável, não é do interesse do sistema que a massa compreenda que o comunismo é tão grotesco quanto o nazismo, e, que, obviamente, já passou da hora de ser criminalizado.
A revisão do filme instiga uma preciosa reflexão sobre a utopia socialista que se torna a cada dia mais urgente.
Quem leu meu segundo livro, “A Arte do Guerreiro Lúcido” (2017), sabe que o futuro próximo que imaginei não está muito diferente do que vemos hoje. Na época em que escrevi, revoltado com as absurdas “ocupações” escolares e o quebra-quebra nas cidades, imaginei um ato terrorista comunista que ceifaria a vida de muitos pela causa.
Nesta realidade em que o coletivo foi infantilizado, incapaz de raciocinar, o fascista se posicionava como antifascista para promover o caos social e esconder os maiores absurdos, a clássica estratégia do “acuse-os do que você faz, chame-os do que você é”, que explica, por exemplo, a desumana indústria da seca, monstruosidade mantida propositalmente por décadas pelos governos “empáticos” de esquerda no nordeste brasileiro como ferramenta de cabresto social.
Eu escrevia bastante sobre o tema, logo, recebia relatos desesperados de pais e mães apontando a lavagem cerebral que seus filhos sofriam nas escolas públicas, uma delas disse que a diretora havia pedido que os alunos usassem saias, outra relacionava a entrada do rapaz na escola com o início do vício dele em psicotrópicos.
Eu tive a sorte de ter estudado na adolescência em colégio de freiras, o foco era leitura, interpretação de texto, respeito, cantávamos o Hino Nacional todas as manhãs antes de subir para as salas de aula, então estes relatos pareciam material de filme de terror. Hoje, após tudo o que estamos vivendo mundialmente nos últimos 2 anos, entendo plenamente o modus operandi do mal, a farsa globalista foi enriquecedora enquanto aprendizado sobre o controle pelo medo, ainda que intensamente ilógico e incoerente.
O sistema educacional brasileiro por décadas formou propositalmente militantes comunistas, uma massa de manobra existencialmente confusa de diplomados analfabetos funcionais em diversas áreas, estimulados por seus professores ao vitimismo, ressentimento e ódio aos bem-sucedidos.
A narrativa artificialmente financiada de “guerra racial” que foi aplaudida pela imprensa mundial durante a tempestade chinesa, criticada pelo próprio irmão do George Floyd, nada mais é que a reutilização conveniente do “nós contra eles”, o dividir para conquistar, utilizando estes militantes jovens como peões no tabuleiro dos titereiros do caos.
A coerência então foi jogada para o alto, a turba financiada tomou as ruas norte-americanas, constrangendo idosos em restaurantes, quebrando estabelecimentos comerciais, e, da noite para o dia, a aglomeração se tornou válida e até estimulada pela imprensa, você não podia trabalhar na sua loja e alimentar sua família, mas podia chorar ajoelhado enquanto ela era depredada por vândalos criminosos.
O negro de direita podia morrer espancado pelos “antifascistas”, como o pobre atendente de uma loja de conveniência que se recusou a apoiar o grupo invasor, afinal, como muitos políticos de esquerda defendem, o negro que não é comunista, simplesmente “não é negro”. Pense nas famílias que não puderam velar seus entes queridos por causa dos protocolos da “crise sanitária”, como será que se sentiram assistindo na TV aos vídeos de enfermeiras norte-americanas, no “auge da crise”, aplaudindo os “protestantes” acotovelados nas ruas? A memória do povo brasileiro infelizmente é muito fraca.
O que constatamos hoje é o mesmo padrão da Alemanha nazista de outrora, afinal, a desgraça do povo judeu começou, anos antes do extermínio nos campos de concentração, com um passaporte sanitário, a segregação alimentada pela propaganda nazista partia da ideia de que os judeus transmitiam doenças, charges da imprensa alemã frequentemente associavam eles aos ratos.
Algum professor ensinou aos alunos nestes últimos 30 anos este ponto fundamental para a compreensão do tema? Lógico que não, qualquer obra que ousar informar sobre este início será “cancelada”, material perigoso, já que o mal depende da ignorância para que se repita.
O excelente filme, dirigido pela polonesa Agnieszka Holland, foi literalmente “abafado” em sua estreia, mas recentemente recebeu justo reconhecimento quando entrou na plataforma Netflix, caindo no gosto do público brasileiro, a divulgação boca a boca foi muito importante, já percebo nas redes sociais o impacto da obra nos adolescentes, discussões sobre o tema em grupos, comentários despertos em postagens de viés comunista, o saldo é positivo.
A estrutura do roteiro da Andrea Chalupa equilibra bem o drama biográfico com a investigação jornalística, entregando um crescente gradativo de suspense que prende a atenção, a construção da tensão em alguns momentos é brilhante, sem abrir mão do necessário elemento didático, a chave para a eficiência na transmissão da mensagem.
A produção surpreende também na excelente reconstituição de época, figurinos, compondo uma atmosfera crível que verdadeiramente transporta o público emocionalmente para as situações.
Quando o protagonista, vivido impecavelmente por James Norton, sai do trem na Ucrânia e enxerga a realidade insuportável do povo, nós, totalmente imersos na trama, conseguimos sentir seu pavor, e, claro, a revolta interna que fará com que ele, jornalista vocacionado, contrariando a narrativa dos “checadores de fatos” da época, corajosamente dedique todas as suas forças na exposição da verdade sobre os horrores cometidos pelos comunistas.
“A Sombra de Stalin” é um filme obrigatório, uma aula que os professores de História atuais não se interessam em ensinar.
Sensacional seus comentários. Também acho que deveria haver uma escola mais isenta de ideologias, mostrando os perigos de cada ‘lado’. Adoro cinema e sempre acompanho seus posts. Abs.