Mortalmente Perigosa (Gun Crazy – 1950)

Logo após deixar o exército, Bart Tare (John Dall) vai com um amigo até uma celebração. Lá ele conhece a garota perfeita: Annie Laurie Starr (Peggy Cummins). Linda, destemida e exímia atiradora, a jovem é tão apaixonada por armas quanto ele e o casamento não tarda a acontecer.

Esta obra-prima do diretor Joseph H. Lewis, com um roteiro, coescrito pelo extremamente competente Dalton Trumbo, de “Johnny Vai à Guerra”, que não pôde assinar por estar na lista negra, é normalmente lembrada por sua inovadora sequência de assalto a banco, filmada em um só plano de cerca de sete minutos, colocando o espectador no banco traseiro do carro da dupla de criminosos, momento que inspirou Jean-Luc Godard em seu “Acossado”.

Os personagens vividos por Peggy Cummins e John Dall, a despeito de estarem envolvidos em um frenesi de perseguições cinematograficamente estimulantes, refletem uma discussão subliminar menos dependente da catarse sensorial, a clássica questão do determinismo, que diz serem todos os fatos baseados em causas, contra a crença de que suas atitudes são o extravasamento natural de uma índole espinhosa. Eles são definidos por suas ações, ou são, em essência, frutas podres?

A cena introdutória da femme fatale, num ângulo baixo, mostrando sua perícia como atiradora em uma atração circense, consegue injetar uma alta dose de sensualidade, culminando numa finalização ao estilo de “O Grande Roubo do Trem”, com a personagem atirando na direção do espectador, no caso, o protagonista, de certa forma, antecipando o destino trágico do rapaz.

  • Você encontra o filme em DVD e, claro, garimpando na internet.


Viva você também este sonho...

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