No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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Os Executores (E Venne il Giorno dei Limoni Neri – 1970)
Rosario (Antonio Sabàto), um jovem envolvido com a máfia, foi condenado a um campo de trabalho forçado, obrigado a pagar também por crimes que não cometeu. Depois de oito longos anos de prisão, ele finalmente é libertado. Rosario volta para a Sicília, onde fica sabendo que sua esposa morreu em um acidente. Ele tenta reconstruir sua vida, mas quando descobre que sua esposa foi assassinada, ele decide que é hora de agir sozinho contra a máfia.
Uma pérola injustamente esquecida do poliziotteschi, também conhecido como eurocrime, o policial italiano que lotava as salas de cinema na década de 70, também conhecida pelo título “Mafia Connection”, protagonizada por um de seus medalhões, Antonio Sabàto, contando também com a participação da belíssima Florinda Bolkan, filme nunca lançado em VHS ou DVD no Brasil, mas que você encontra com facilidade garimpando na internet.
A direção de Bazzoni pode não impressionar, mas a fotografia cheia de personalidade de Sandro Mancori foi fundamental para ajudar a estabelecer o estilo visual que se tornaria a marca do popular subgênero, neste aspecto, “Os Executores” pode ser enxergado como um protótipo, podemos notar sua influência até mesmo no clássico “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola.
Eu destaco o espetacular desfecho, extremamente violento, sujo, visceral, em que testemunhamos a consequência realista da teimosia do protagonista em se manter fiel ao código de honra no ninho de cobras.