Hapkido (He Qi Dao – 1972)
Três estudantes chineses montam uma escola para ensinar a arte marcial do Hapkido. Os japoneses submetem sua vizinhança a um reino de terror, então os estudantes usam todas as suas habilidades de luta para se protegerem.
Um dos méritos mais louváveis nesta produção da Golden Harvest, dirigida por Feng Huang, é a autenticidade com que exibe o Hapkido, nenhum movimento é embelezado para ficar mais esteticamente interessante para a câmera. Gosto especialmente do filme por ser protagonizado pela taiwanesa Angela Mao, exalando beleza e poder, combinação irresistível que me fez rever com frequência a obra na adolescência.
O ponto alto que ainda me empolga, ver a sua personagem, sozinha, destruir uma classe inteira de estudantes, com sua honra intacta, usando como arma improvisada até mesmo o seu penteado, respeitando o código de que sua habilidade somente seria utilizada para defesa, nunca para o ataque gratuito. Sammo Hung, em início de carreira, já demonstra o carisma e a tremenda habilidade que o transformariam, em pouco tempo, em um dos maiores símbolos de competência no gênero, como ator e diretor.
É muito interessante a ideia abordada na trama, com o estilo marcial do título sendo a resposta essencialmente elegante dos coreanos contra a opressão da ocupação dos japoneses, que, obviamente, menosprezam esta arte como tecnicamente inferior, ou, como um dos adversários afirma, “uma brincadeira de criança”.
E, claro, vale destacar a presença do grande mestre Ji Han-jae logo no início, praticamente palestrando sobre o Hapkido, ajudando a elevar o tom de seriedade e credibilidade do filme.