Os 5 Venenos de Shaolin (Wu Du – 1978)
“O Clã do Veneno” é um grupo de cinco lutadores altamente treinados, com suas habilidades individuais, pontos fortes e fracos, baseadas na Centopeia, na Cobra, no Escorpião, no Lagarto e no Sapo.
O velho mestre do clã treina um último discípulo para cumprir uma difícil missão: verificar se algum membro do clã está usando suas habilidades para o mal e se for o caso, eliminá-lo. O grande problema é que eles foram treinados usando máscaras e ninguém, nem mesmo o velho mestre, conhece suas identidades.
Quando revemos os grandes clássicos do Kung-Fu, aqueles da década de setenta e produzidos pelos Shaw Brothers ou por Godfrey Ho, acabamos percebendo que grande parte deles não sobreviveu ao teste do tempo, resistindo apenas como curiosidade histórica. Com “Os 5 Venenos de Shaolin” ocorre um fenômeno interessante, já que a cada revisão ele se mostra mais divertido, conseguindo entreter não somente por suas cenas coreografadas, mas também por sua trama, ainda que essencialmente verse sobre o comum tema da vingança.
O competente diretor Chang Cheh utiliza generosamente como influência os “Wuxia” (literalmente: “herói marcial”, são as obras mais fantasiosas, onde os poderes do guerreiro são exagerados, complementando o “Wushu” com a habilidade de voo, por exemplo), mas dedicando atenção também ao desenvolvimento dos personagens e suas motivações, elemento essencial que culminará na reviravolta narrativa ao final, algo que raramente era prioridade nas produções deste período.
Como os protagonistas são oriundos da Ópera de Pequim, onde o foco era no domínio perfeito dos movimentos corporais, logo, na execução impecável das cenas de ação, não esperem atuações memoráveis, pois são apenas funcionais.
Quando o poderoso desfecho se insinuar no horizonte, trazendo os cinco membros do clã unidos em uma única batalha, cada um demonstrando sua especialidade, qualquer falha estrutural terá sido esquecida.
O melhor filme produzido pelos Shaw Brothers, que continua pisando firme na cultura popular mundial, tendo sido referenciado em “Kill Bill” (de Quentin Tarantino), com o grupo liderado pelo personagem de David Carradine.