Noite do Terror (Black Christmas – 1974)
Durante o feriado de Natal, estudantes de uma fraternidade feminina são caçadas por um psicopata. Dirigido pelo talentoso Bob Clark, este excelente cult-movie canadense é considerado um dos primeiros slashers do cinema.
Extremamente cultuado pelos fãs do subgênero, o canadense “Noite do Terror” se mostrou ainda eficiente nesta revisão.
O diretor Bob Clark, mais conhecido pela comédia adolescente “Porky’s – A Casa do Amor e do Riso” e o ótimo suspense sherlockiano “Assassinato por Decreto”, firmou sua assinatura nesta pérola precursora do slasher protagonizada por Olivia Hussey, seis anos depois de viver a Julieta de Zeffirelli, e Margot Kidder, quatro anos antes de se imortalizar como a Lois Lane do “Superman” de Richard Donner.
O grande diferencial, algo que infelizmente se perdeu com a popularização do slasher durante a década de 80, que foi dominado por ameaças caricaturais, verdadeiras máquinas com motivações frágeis ou puramente tolas, é a figura enigmática de Billy, que abusa do terror psicológico, permitindo ao público projetar livremente os seus medos na tela. O conceito de esconder o mal favorece a empatia com as vítimas.
E vale destacar outro ponto curioso que difere a obra de seus similares norte-americanos, não há senso de moralidade no horror, a heroína discursa a favor do aborto, algo bastante polêmico à época.